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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Radiografia da Deturpação do Espiritismo

Autor: Carlos Imbassahy - FONTE: Sala Filosofia Espírita - Pal Talk

A deturpação do Espiritismo começou logo que ele se instalou no Brasil. Os primeiros espíritas não tiveram estrutura mental e emocional para absorver o pensamento de Allan Kardec. Derivaram para o evangelismo, atendendo às próprias tendências: fruto do roustainguismo.

O movimento espírita engatinhou pelo menos 50 anos até que veio o “boom” de Chico Xavier. Desde então verificou-se que o roustainguismo estava visceralmente infiltrado no pensamento espírita brasileiro, influenciado por Bezerra de Menezes e seus parceiros, com a fundação da Federação Espírita Brasileira.

Isso porque Emmanuel, guia de Chico Xavier, só fez acentuar esse desvio fundando oficialmente a Religião Espírita e referendando a cristolatria inaugurada pelo Anjo Ismael. Ambos afirmaram, como Espíritos Superiores, que o Espiritismo tem por missão restaurar o evangelho e como tal existe entre ele e as igrejas cristãs um laço muito forte, mesmo que estas o rejeitem.

Esse afastamento da real estrutura do Espiritismo Kardecista originou uma sub doutrina espírita, um pseudo-Espiritismo, cujos alicerces repousam claramente nas idéias de Roustaing, Emmanuel e outros ligados ao cristianismo. Tornou-se aceito porque os dirigentes espíritas de todos os níveis, em sua esmagadora maioria, desconhecem o pensamento de Allan Kardec. Oriundos do catolicismo sentem-se “em casa” com essa derivação evangélico-mediúnica a que se reduziu o projeto inicial do fundador do Espiritismo.

A imagem do Espiritismo brasileiro é religiosa, confundida com a umbanda e cultos afro-católicos. Todo o esquema de atuação está assentado sobre os pressupostos do catolicismo, isto é, culpa e castigo e esse é o pensamento central desse pseudo-Espiritismo. Além de Roustaing, outros personagens entram nessa história: Emmanuel (Chico Xavier) Joanna de Angelis ( Divaldo Franco), Edgard Armond e até Pietro Ubaldi, bem como outros que nada têm com o pensamento de Kardec. Aliás, ele é o grande excluído.

Existe um grupo de espíritas que se autodenomina de “autênticos kardecistas” e que se esmera num ferrenho combate à Federação Espírita Brasileira e ao roustainguismo, centrados no detalhe absolutamente desprezível do corpo fluídico de Jesus. No dizer de Krishnamurti de Carvalho Dias, esse é o “boi de piranha” que possibilita a entrada de conceitos contrários à grande contribuição kardecista, que é a imortalidade, a lei da evolução, progressiva e contínua.

Entretanto, esse grupo “autêntico”, curiosamente, aceita o aspecto religioso do Espiritismo e de certa forma a cristolatria roustainguista ao apoiar-se nas teses de Emmanuel sobre a evolução em linha reta e o papel de “governador” do planeta atribuído ao Cristo, quando nada disso pode ser autenticamente encontrado no pensamento genuíno de Kardec.

Enfim, os combates margeiam o político e o imaginário, pois esses tais de “espíritas autênticos” continuam acreditando que Kardec foi apenas o codificador e não o fundador do Espiritismo. E ainda continuam atrás do mito cristão do salvador e do mito judaico do messias.

Não aprenderam a lição histórica da evolução geral e do sentido progressista de Kardec. Apegam-se ao aspecto místico da revelação sobrenatural, na chefia mítica de Jesus Cristo, como “o Espírito da Verdade” e daí por diante.

Há mais de 30 anos estamos lutando, muitas vezes solitariamente, pela instalação da doutrina kardecista, única forma de salvar o Espiritismo fundado por Allan Kardec de naufragar. Porque o Espiritismo que se pratica e se propaga no Brasil, de modo geral, não foi fundado e nem codificado por Kardec.

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