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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Explicando o mito da bondade de Chico Xavier

Por Orange Weblogs - Extraído do Eu Adoro Sossego

O Espiritolicismo, forma distorcida do Espiritismo que foi e ainda é bastante difundida no Brasil é altamente dogmática (defende crenças não comprovadas). Um dos dogmas é a suposta imensurável bondade do médium Chico Xavier, um simples homem de fé católica que foi tomado pela FEB e transformado em "guru", resultando em toda a confusão que se consagrou na versão brasileira da Doutrina Espírita.

Para os espiritólicos, Xavier foi o ser mais bondoso que encarnou na Terra após Jesus. Só que para tal definição, se limitaram a levar em conta a parte moral que, cá para nós, se encontrava em nível normal no médium. Além de se esquecer que evolução espiritual inclui o intelecto, se esqueceram também de que a bondade de Xavier não era superior a bondade de ninguém. Xavier era tão bondoso quanto qualquer bondoso na Terra.

A propósito: ninguém se preocupou em questionar ou justificar o porquê de Xavier ser considerado o homem "mais bondoso da face da Terra". E quem se preocupa em justificar, o faz dizendo alguma asneira sem sentido, baseado na emotividade sem razão e na fé cega muito comuns aos fãs do famosos médium.

E será que ele não fez mal? Claro que fez, mesmo involuntariamente. Xavier era o típico "bonzinho demais" preocupado em agradar a todos, sejam bons ou maus. E a "bondade" com os maus acabou transformando-o em cúmplice das maldades de obsessores disfarçados de sábios.

O famoso médium era submisso a um espírito de má índole, autoritário que atendia pelo nome de Emmanuel, o velho "Manoel da Nóbrega", jesuíta que estragou a cultura indígena, na tentativa de "evangelizar" os índios e que queria fazer o mesmo com os espíritas, se infiltrando, assimilando pontos da doutrina, para depois dilacerá-la sem dó. O que ele, infelizmente, conseguiu fazer.

Emmanuel é um espírito que se encaixa perfeitamente nas descrições de espíritos  mistificadores encontradas no Livro dos Médiuns de Allan Kardec. Ou seja, Emmanuel é mistificador, um ser inferior do além que se disfarça de "líder superior" para enganar a todos e emperrar o progresso terreno que estragaria os interesses do espírito jesuíta.

Voltando a Xavier, sua tentativa de agradar a todos e sua falta de senso crítico (embora ele tenha sido um frequente leitor de livros, do contrário que os espiritólicos acreditam), acabou por prejudicar a evolução espiritual do Brasil, distorcendo uma doutrina que surgiu não como religião, mas como ciência, emburrecendo a todos com seus livros cheios de erros e fantasias.

E as mensagens recebidas em consultas?

Há quem meça a bondade chiquista através das sessões onde ele recebia mensagens "consoladoras" do além, sobretudo a de supostos filhos de senhoras desesperadas (e/ou curiosas sobre o destino de seus filhos falecidos prematuramente).

Eu digo que nisso, houve bondade em certos casos, mas também houve maldade. Xavier não verificava as mensagens recebidas (e era orientado a não verificar - mas ninguém verificava por ele) e num ambiente onde espíritos de todo o tipo estão ansiosos para se comunicar, somado ao fato de que nem todos os espíritos evocados estão em condições de se comunicarem, possibilitando uma "substituição" por espíritos brincalhões disfarçados. Além disso, a evocação irresponsável dos entes queridos pode gerar uma obsessão encarnado/desencarnado, que é também possível e não-rara.

Haveria bondade se Xavier verificasse as comunicações (ou mandasse verificar) para que somente as mensagens autênticas fossem realmente recebidas e nas circunstâncias certas. Mas como se processava, muitas falsas mensagens acabariam por enganar muita gente que tenha saudade de seus entes queridos (que na verdade seria melhor não serem perturbados por estas evocações), recebendo mensagens ditadas por espíritos alheios aos evocados.

Interesse de criar um "santo espírita"

Nesta verdadeira bagunça que se transformou o "Espiritismo", muitas dúvidas, além de não serem esclarecidas, se tornam cada vez mais duvidosas e antagônicas.

Xavier, um católico, foi tomado pela FEB para ser uma espécie de "santo" para eles, forjando qualidades faraônicas e superpoderes que nem mesmo os católicos atribuíam a Jesus. Uma palestra que meu pai (espiritólico) assistiu falou que Xavier chegou a andar em cima das águas de um rio. Claro que ingenuamente meu pai gostou de ter ouvido isso. Eu nada comentei sobre o assunto, embora ficasse um pouco revoltado com o absurdo.

Segundo os espiritólicos, Xavier era um ser poderoso, com privilégios e supostamente pertencente a falange de Jesus. Argumentam os defensores que por ter sido a "reencarnação de um intelectual falido", foi proibido de raciocinar e escrever obras inteligíveis. Desculpa esfarrapada para justificar as tolices de suas obras psicografadas (ou não - há obras que ele psicografou e há outras que não).

Os superpoderes de Xavier que, segundo esses dogmas, ainda era o único então encarnado a participar das reuniões diretamente com Jesus (outro absurdo) reforçaram a crença de que ele era um ser privilegiado que teve direito a escolher a data de morte (num evento de futebol? Santa paciência, Xavier. Um pouco de seriedade não lhe faria mal) e receber antes a visita de dois OVNIs que supostamente eram sua mãe e o jesuíta intrometido (tido pelos espiritólicos como "anjo da guarda de Xavier, embora o bom senso o defina como um obsessor do tipo fascinador). Muita besteira para uma pessoa só.

Xavier era bom? Sem dúvida. Mas uma bondade normal, daquelas que todo ser humano é capaz de fazer. Mesmo assim, não doou órgãos e se comprometeu a trabalhos onde distorcia a doutrina e atraía espíritos de índole duvidosa, provocando maldades involuntárias que colaboraram muito mais para o atraso intelectual da humanidade e para a incompreensão da Doutrina Espírita, essa ainda uma grande desconhecida dos brasileiros, de que dela só sabem o nome.

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