OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

IMPORTANTE: Este blogue não tem a pretensão de ser um site científico e nem de ser uma fonte para estudos. Apenas lançamos as questões e estimulamos o debate e a análise, servindo apenas para ponto de partida para estudos mais detalhados. Para quem quiser se aprofundar mais, recomendamos a literatura detalhada das obras de Allan Kardec - principalmente "O que é o Espiritismo" e visitar fóruns especializados, que não façam parte da Federação "Espírita" Brasileira.

Os textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores e correspondem ao ponto de vista pessoal de seus responsáveis, sejam ou não resultado de estudos.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Os Piores Inimigos Do Espiritismo

Por Jorge Murta - Espiritismo com profundidade 

Allan Kardec afirmou certa vez, que os piores inimigos do Espiritismo estariam entre seus pares. Pode parecer declaração demasiadamente dura e radical, mas veio dele mesmo e ele sabia do que estava falando. Hoje, nesse mundo de tanta confusão, o Movimento Espírita se vê envolto em um emaranhado de parvoíces que deixam os espíritas sérios preocupados com o destino da doutrina no mundo. Custa-se a acreditar que uma filosofia tão racional e desbravadora possa ter gerado pessoas com visão tão estreita e engessada da vida.

De duas uma: ou a Doutrina Espírita é defeituosa ou os espíritas não compreenderam seu alcance moral. Sabendo-se da inverdade da primeira hipótese, resta-nos curvar à realidade da segunda. A prova disso está na forma como a Doutrina é praticada nos centros espíritas do país inteiro, com réplicas perfeitas no exterior (principalmente em Portugal e nos Estados Unidos), "formando" adeptos que de espíritas só têm o nome. São os espíritas imperfeitos, de que está cheio o movimento, como por exemplo, os que vêm a público afirmar que Kardec está ultrapassado e que precisa ser reinterpretado, quando ainda nem se conhece a fundo dez por cento do seu pensamento. Consideram-se doutos em Espiritismo por terem lido as obras básicas, e toda a literatura acessória, psicografada ou não. E ler é uma coisa. Estudar, entender e compreender é outra bem diferente.

Vislumbrando as dificuldades pelas quais poderia passar o Espiritismo, advindas da falta de maturidade do homem, Allan Kardec tratou de deixar diretrizes que pudessem garantir a unidade de vistas dentro do pensamento doutrinário, bem como sua expansão com segurança. Idealizou um Comitê Central que funcionasse de forma democrática e o Controle Universal dos Espíritos para as revisões periódicas na doutrina (a cada 25 anos), de modo que não se perdesse no tempo e pudesse acompanhar a evolução do planeta. Nada disso foi seguido pelos homens que fizeram a história espírita.

Os espíritas "modernos" parecem desconhecer tal coisa. E, se conhecem, não dão a menor importância, pois defendem idéias esdrúxulas e contrárias aos fundamentos kardequianos, baseados em escritos ditados por Espíritos enganadores e pseudo-sábios. Essas idéias infiltram-se com facilidade em nosso meio, porque encontram o terreno fértil da ingenuidade e da falta do estudo que faz com que tudo se aceite sem exame, sem critério. É tempo de mudanças. O milênio termina e se inicia uma nova fase para o planeta. Os centros espíritas precisam se preparar para amparar o homem dentro de uma filosofia de vida melhor, mais justa e mais plena de compreensão das coisas divinas.

Para isso, necessita de espíritas sérios, que compreendam o verdadeiro sentido do Espiritismo, que possam trazer para dentro das casas espíritas uma nova ordem de práticas e metas, formando verdadeiramente homens de bem. Que possam retirar dos centros tudo o que não serve para a edificação do ser. Enfim, mostrar aos fariseus modernos a verdadeira face da Doutrina Espírita como agente modificador da humanidade e não como instrumento de gloríolas, de mera promoção pessoal e fábrica de fantasias.

As casas espíritas, inspiradas pelo espírito de sistema, optaram por navegar nas águas rasas do conhecimento, na superficialidade dos ensinos exarados das obras psicografadas de qualidade duvidosa. É comum, muito comum os espíritas saberem de cor as histórias romanceadas das vidas de personagens habitantes das colônias transitórias, mas não sabem sequer de onde surgiu a doutrina que professam. Espalhou-se no meio a idéia de que a leitura das Obras Básicas é muito difícil, melhor fazer um cursinho federativo, ou é melhor que se comece lendo romances e livrinhos de histórias fantasiosas sobre a vida espiritual, que só convencem mentes imaturas e sem senso de racionalidade.

O resultado disso é que quando a pessoa se interessa de fato pelo estudo da Doutrina, já se embrenhou num mundo irreal, já poluiu sua mente com leituras inadequadas e atrapalhadas, tornando-se muito mais difícil à incursão no conhecimento real do Espiritismo e atrasando sobremaneira o avanço da criatura na estrada da compreensão. Os conceitos que já se formaram em sua mente são de complicada reestruturação, e haja tempo para se formar outra mentalidade. São pessoas com um nível de fantasia tão grande acerca da vida terrena e espiritual, que misturam conceitos espíritas com outras doutrinas, terapias alternativas, auto-ajuda, auto-amor e tudo o que pode fazer uma grande confusão nas idéias.

É provado que quanto mais longe a pessoa está dos centros espíritas, mais fácil ela compreende os ensinamentos. Sim, e não é exagero. Mas é sem dúvida um paradoxo. Essa realidade é constatada pela nossa experiência. Observando varias casas e seus métodos, nos deram bem o diagnóstico de situações dramáticas existentes nas casas espíritas. Ou seja, os estudos são escassos, e quando existem são realizados pelos que têm pouco preparo, e que por sua vez, se "preparam" lendo Luiz Sérgio, Hernani T Santana, Patrícia, Lúcius, ou jornais e revistas espíritas já viciados com o espírito corporativista. Não desmerecemos a nobrezas da contribuição destas pessoas na compreensão geral da Doutrina, mas tais conceitos, pouco devem ser tomados como referência, mas que infelizmente é o que acontece neste combalido Movimento.

Os que começam os estudos das obras básicas, levam anos de leitura e custa a compreender a essência da Doutrina, por estarem envolvidos num pernicioso espírito de fantasia, idolatria e acima de tudo num grande equívoco acerca do conhecimento espírita. Mas, perguntamos, onde está o erro? Sabe-se que grande parte dos espíritas do país estão nas classes mais favorecidas intelectualmente. Então, qual a dificuldade? O problema está exatamente na maneira como o sistema está sendo estruturado e politicalizado. Deixando de lado as orientações do Codificador do Espiritismo, desde o início formou-se a industria dos cursos um clima propício à fomentação do irreal, da fantasia esdrúxula transformando-o em Doutrina igrejeira. As obras básicas não são apresentadas para o iniciante, mas sim um curso disso ou daquilo ou seja conhece-se o pensamento de Kardec só através de pessoas que nem sempre conhecem a Doutrina Espírita.

É hora de se fazer algumas reflexões em torno dessa situação. A Doutrina Espírita, na verdade, tem sido uma grande desconhecida nos centros espíritas. O que se ensina está muito longe da realidade. Enquanto se estiver dando importância às histórias contadas pelos oradores de cátedra, que divulgam suas próprias experiências ou as daqueles que escolheram como ídolos, não se chegará à compreensão do que seja a Doutrina dos Espíritos. Bom lembrar que a Codificação é o pensamento do Espírito de Verdade, enquanto as obras da literatura acessória são opiniões de Espíritos, que embora tenham seu valor, não podem ser tomadas como parâmetro para quem deseja adentrar no conhecimento espírita, quanto mais se aprofundar em seu estudo.

O problema é grave e merece atenção dos que estão alerta para as mudanças que se avizinham. Os centros espíritas, em sua maioria, não estão em condições de amparar, com o espírito de fraternidade, racionalidade e disciplina que tanto ensinou o Mestre lionês. Estão envoltos na grande ilusão que caracteriza o tempo atual e que avassala a sociedade como uma doença crônica que mina as resistências do organismo para só então se mostrar quando já causou conseqüências danosas e, por vezes, irreversíveis. O prejuízo causado pela doutrina de superficialidade ensinada pelo sistema oficial e perpetrada pelos seus representantes em congressos, encontros e seminários de toda natureza é enorme e não se pode mais fechar os olhos a essa realidade sob o pretexto da caridade. Caridade maior é desmascarar a hipocrisia, a idolatria e o atraso decorrentes do espírito de fascinação que envolve a maior parte do Movimento Espírita deste e de outros países.

É bastante conhecida a influência que as elites exercem nos diversos setores da sociedade e, como não poderia deixar de ser, também na área da religião. Com suas idéias de cunho puramente humano, elas modificam o verdadeiro sentido dos textos, moldando-os segundo as próprias conveniências. A história é testemunha deste fenômeno.

No movimento espírita de uns anos para cá, vêm se observando mudanças de práticas, hábitos e pensamentos em torno do Espiritismo. Inverteram o papel da casa espírita. Muitos núcleos foram ironicamente transformados em verdadeiros centros de assistência social, com graves prejuízos à obra libertadora do Espírito. (...)

A Doutrina do Consolador, promessa feita por Jesus aos homens, vem sendo interpretada de forma equivocada, sem qualquer baliza racional. Os responsáveis por esta conduta são membros das elites que acabaram assumindo postos de comando nas federações e casas espíritas, formando grupos políticos que só participam quem tem alto cargo político-empresarial. Embora seus pensamentos sejam relativamente úteis, quase sempre trazem o cunho das idéias humanas. Amam as gloriolas sociais, os títulos e o sentar nos primeiros lugares da festa.

Vê-se no movimento espírita uma poderosa influência deles, que podemos considerar os "doutores" do nosso tempo. Semelhante ao que ocorreu no passado, estas pessoas estão interpretando os ensinamentos dos Espíritos à luz do próprio conhecimento e dos interesses pessoais. As personalidades transitórias vêm sendo cultuadas como faziam os Fariseus dos tempos do Cristo. Alguns jornais espíritas, editados por Federações, são verdadeiros templos de vaidades, onde se deleitam orgulhosos escritores, oradores e médiuns. A maioria dos congressos são meros acontecimentos sociais e políticos, onde brilha o culturalismo vazio daqueles que pomposamente dirigem o sistema.

O sistema de pensamento e investigação desenvolvido por Allan Kardec é o grande ausente no Movimento Espírita. No final de sua vida, o Codificador estava só. Alguns detratores seus, que se diziam espíritas, afirmavam que ele queria apoderar-se da verdade e se fazer dono do Espiritismo. Jean Baptiste Roustaing e seus seguidores estavam entre eles.

Pouco antes de desencarnar, o Codificador começou a preparar instruções para salvaguardar o movimento nascente de falsas interpretações. Não chegou a terminar seu trabalho. Quando se lê seus últimos apontamentos, nota-se, com tristeza, que suas preciosas instruções sobre a condução do Movimento Espírita jamais foram seguidas por seus adeptos. Bom número deles sequer conhece suas obras, instrui-se em livros subsidiários nem sempre idôneos e, freqüentemente, é vítima de Espíritos enganadores.

A explícita vaidade que arrasta os incautos aos palcos dos aplausos fáceis, afastando-os da condição de humildes servos, pois que não trazem no corpo as marcas do íntimo trabalho de renovação moral em direção a Jesus. Essas marcas são de sacrifícios e renúncias, e não de glórias mundanas; são de humildade e não de exaltação; são de sinceridade e não de hipocrisia, lisonja e soberba; são de abnegação, coragem, altruísmo e perseverança. Somos os trabalhadores do Mestre Jesus. Examinemos a nossa consciência e procuremos identificar essas marcas em nós. Certamente teremos dificuldades em encontrá-las, pois para encontrá-las teremos que estudarmos.

Hoje os trabalhadores da seara espírita geralmente julgam-se detentores de muitas luzes. Comportam-se como se escolhidos fossem para desempenhar sublime missão e, considerando-se seres especiais, preocupam-se muito pouco com seu aprimoramento, o que leva muitos a trilhar por caminhos tais que, no mais das vezes, nada de edificante produzem, tornando-se estéreis como a figueira seca.

A Doutrina Espírita, sendo o Consolador prometido por Jesus, trouxe de volta as lições do Mestre, a simplicidade dos núcleos, onde a mensagem divina era ensinada pela inspiração dos Espíritos de Deus. As casas espíritas necessitam reencontrar esse caminho. São elas, através de seus ensinamentos, que poderão despertar as criaturas ao conhecimento da verdade.

O trabalhador espírita, verdadeiramente compenetrado do seu dever, deverá zelar pela seriedade do seu trabalho, entendendo que Jesus só precisa de homens de bem para desenvolver a sublime tarefa de transformação do planeta. Entretanto, enquanto permanecermos enclausurados em castelos de fantasia, enfeitando os centros espíritas com plantas que o Pai celestial não plantou, enquanto não compreendermos o quão pequenos somos diante do poder e sabedoria divinos, infelizmente estaremos caminhando na contramão. E certamente necessitando da mesma reprovação que Paulo fez aos Coríntios há dois mil anos.

Mudar essa mentalidade vigente, conduzindo parte desses seguidores de Allan Kardec ao encontro das instruções do Codificador do Espiritismo, é tarefa urgente. Espera-se que os espíritas sérios reúnam forças em torno desse ideal. Hoje, há diversas pessoas dentro e fora do país que buscam restabelecer essa base doutrinária. Urge estimular os centros espíritas a se ajustarem conforme as orientações da Codificação, fazendo com que se instale neles o gosto pelo estudo, pelo raciocínio e pelo trabalho metódico, faz-se necessário criarmos normas disciplinares, para a admissão e selecionarmos candidatos interessados em ingressar no estudo para humildemente servir na seara do Jesus.

As obrigações fundamentais da vida espírita, o esforço constante para conhecer-se, o estudo regular da doutrina para o desenvolvimento do raciocínio lógico, foram substituídos por preocupações de somenos importância. O assistencialismo tornou-se a principal tarefa dos seguidores de Allan Kardec. Pseudo-professores e falsos líderes semearam no terreno filosófico as duvidosas sementes de Espíritos enganadores, chegaram até ao movimento pelo discurso polido dos intelectuais.

O clima de fascinação que tomou conta do movimento espírita, dando importância excessiva e perniciosa a médiuns e ou oradores, que estimulados pela vaidade e exaltação da personalidade, brilham mais que a própria mensagem em suas aparições públicas.

Há hoje uma natural falta de coragem de grande parte dos formadores de opinião, dirigentes, líderes e jornalistas, em posicionar-se sobre posturas, práticas e atitudes discordantes com a coerência dos ensinos de Jesus, de Allan Kardec e dos Espíritos Superiores.

A irracionalidade criou o espírito de exclusão que tomou conta do movimento espírita impedindo as pessoas de pensarem com seus próprios recursos, exercitando a crítica construtiva e necessária em torno de questões morais e doutrinárias, que considerarem fora do bom senso e da racionalidade. Somente quem fez a "faculdade espírita" é que pode tecer comentários. Criou assim, o separatismo, e com isso a idéia de posições inatingíveis pelo cidadão simples, uma espécie de "vaticano espírita" onde a plebe só serve para ouvir a rotatória e taxativa ciranda melodramática de parábolas evangélicas impossíveis de serem naquela forma colocadas em prática, mas onde oradores elitizados, se deleitam justificando sua "missão" no mais absurdo igrejismo espírita.

A evidente e talvez irreversível desagregação do sistema espírita da sua forma original, segue sustentado na ilusão de uma unificação que só existe em torno da instituição que o representa oficialmente (FEB e federativas estaduais), e não em torno dos ideais de Jesus e Kardec.

A FEB e muitas afiliadas estudam, editam e inserem na sua grade de trabalhos e das casas associadas e também divulga a obra que têm como principal marca derrubar teses kardequianas racionais sobre a origem de Jesus e dos homens em geral: Os Quatro Evangelhos de Roustaing. Um dos maiores inimigos do Espiritismo e detratores dos trabalhos de Kardec.

O pensamento de Roustaing, que nada mais é que o espiritismo católico representa hoje um sistema fortemente alicerçado por entidades espirituais que o alimenta, infiltrado com sutileza na conduta de muitos espíritas e na grande maioria das obras literárias existentes no meio.

As elites adoram a troca pública de amabilidades, uma espécie de doença moral da nossa época. Paulo disse em sua segunda carta a Timóteo que nos últimos tempos haveria criaturas amantes de si mesmas, soberbas, desobedientes à Lei. Com aparência do bem, mas sem a eficácia dele. Entre nós, multiplicam-se esses valores. É a decadência dos que seguem a revelação transmitida pela industria do cursismo espírita.

O trabalho dos centros espíritas está entregue às interpretações de cada dirigente que, bem ou mal, tenta a custa de suor e lagrimas fazer a casa cumprir com suas tarefas. Nunca tivemos um sistema lógico e objetivo a nível nacional ou internacional, que pudesse formar dirigentes e trabalhadores produtivos, com reais condições de servirem às necessidades da Seara. Um amadorismo pueril está presente em toda à parte. A prática doutrinária brilha em letras, discursos e obras materiais, mas em realizações espirituais e objetividade, mostra-se extremamente pobre.

Kardec nos esclarece e com o Espiritismo nos ensina sobre uma lei que a tudo governa: a lei da evolução. É um fato inegável o de que todos nós estamos em constante mutação buscando o progresso. Tomando como base esta lei, Allan Kardec traçou a linha de conduta do verdadeiro espírita, para que todos se esforçassem constantemente para dominar suas más inclinações. Ora, só podemos lutar contra uma tendência ruim se tivermos consciência dela. Para tanto, temos que nos conhecer. Daí surge à necessidade do auto-conhecimento, para se saber dos próprios defeitos e só conseguimos isto através dos estudos das obras básicas, o que muito raramente se vê nas casas espíritas, e depois, da vivência para corrigí-las.

Allan Kardec dizia que uma sociedade é um ser coletivo e que todos os princípios aplicados a uma pessoa poderiam ser igualmente aplicados a ela. Em razão disso, estamos propondo que dirigentes e trabalhadores façam uma sincera avaliação das atividades de suas casas espíritas e que tomem providências para melhorá-las. O movimento espírita vive em estado de apatia doutrinária. Há muito pouco interesse e resultados em torno dos estudos e das práticas relativas ao Espiritismo. Os centros se distanciaram de suas finalidades básicas, dando origem a um vazio que se torna mais patente a cada dia. A Doutrina é o renascimento do cristianismo primitivo e, para bem compreendermos as finalidades do centro espírita, devemos examinar o tipo de trabalho desenvolvido pelos Apóstolos e pelo próprio Allan Kardec.

Todos temos consciência que a obra do Espírito fere mortalmente os interesses terrenos. Entre nós espíritas, houve um grave descuido do "vigiai e orai", ensinado pelo Mestre. O mundo agiu e nós fizemos pouco para impedi-lo. Hoje, não é tempo para a destruição de livros, nem para a perseguição de pessoas, mas queremos chamar a atenção para os métodos hipócritas que existem pelos quais os simples podem ser enganados.

Falta-nos o ânimo dos cristãos primitivos, dos espíritas legitimamente kardequianos. Não é possível continuarmos ouvindo oradores realizarem polidos discursos ufanistas de felicidade, enquanto a humanidade agoniza na mais absurda ignorância e pobreza espiritual, ao lado da FEB. Continuarmos, assistindo às tolas discussões filosóficas em torno da doutrina de Roustaing ou da supremacia da Federação Espírita Brasileira sobre os espíritas do mundo. É chegada a hora dos espíritas sérios pensarem em reunir forças em torno dos ideais de Allan Kardec(...)

O movimento espírita tornou-se um meio contaminado por idéias e práticas estranhas, vindas das mais variadas vertentes do pensamento humano. Hoje grande parte das idéias divulgada pela FEB é a expressão do pensamento católico roustainguista, portanto, a antítese do pensamento kardequiano. A Federação Espírita Brasileira responsável oficial pelo sistema espírita Brasileiro, não seguiu as orientações do mestre Allan Kardec, resultando daí um movimento sem organização e controle devidos.

Para o iniciante, a palestra e o estudo, é a nosso ver depois do exemplo vivo, a mais importante forma de se ensinar Espiritismo. Através do diálogo, acontece as exposições dos fundamentos da doutrina nas reuniões públicas, os espíritos nos brindam com intuições amorosas a luz do Evangelho, com técnica, razão, delicadeza, sentimento, simplicidade e calcados pela ascendência moral.

O momento atual, exige do espírita muita responsabilidade.

E para pré-concluir, cuidado não apenas com as hordas místicas que estamos enfrentando, mas cuidado também com grupos disfarçados de não místicos, mas que se isolam dos demais querendo fazer um espiritismo separatista, alegando um exagerado cientificismo. Ciência espírita não é cientificismo e espiritismo é para todos, não para uma elite, não para uns poucos que se acham o supra-sumo, a ultima bolacha do pacote espírita. Combatemos o misticismo sim, mas eles são arrogantes e destratam os místicos e os espiritas em geral que não pensam como eles.

Pensem nisso!

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade."

"Nascer, Morrer, Renascer ainda e Progredir sem cessar, tal é a Lei".

"Todo efeito tem uma causa; todo efeito inteligente tem uma causa inteligente; a potência de uma causa está na razão da grandeza do efeito".

"Sejam quais forem os prodígios realizados pela inteligência humana, esta inteligência tem também uma causa primária. É a inteligência superior a causa primária de todas as coisas, qualquer que seja o nome pelo qual o homem a designe".

"Reconhece-se à qualidade dos Espíritos pela sua linguagem; a dos Espíritos verdadeiramente bons e superiores é sempre digna, nobre, lógica, isenta de contradições; respira a sabedoria, a benevolência, a modéstia e a moral mais pura; é concisa e sem palavras inúteis. Nos Espíritos inferiores, ignorantes, ou orgulhosos, o vazio das idéias é quase sempre compensado pela abundância de palavras. Todo pensamento evidentemente falso, toda máxima contrária à sã moral, todo conselho ridículo, toda expressão grosseira, trivial ou simplesmente frívola, enfim, toda marca de malevolência, de presunção ou de arrogância, são sinais incontestáveis de inferioridade num Espírito".

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações".

"Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ela a aceitará"

"Melhorados os homens, não fornecerão ao mundo invisível senão bons espíritos; estes, encarnando-se, por sua vez só fornecerão à Humanidade corporal elementos aperfeiçoados. A Terra deixará, então, de ser um mundo expiatório e os homens não sofrerão mais as misérias decorrentes das suas imperfeições".

"Onde quer que as minhas obras penetram servem de guia, e o Espiritismo é visto sob o seu verdadeiro aspecto, isto é, sob um caráter exclusivamente moral".

"Pelo espiritismo a humanidade deve entrar em uma nova fase, a do progresso moral, que é a sua conseqüência inevitável".

"Antes de fazer a coisa para os homens, é preciso formar os homens para a coisa, como se formam obreiros, antes de lhes confiar um trabalho. Antes de construir, é preciso que nos certifiquemos da solidez dos materiais. Aqui os materiais sólidos são os homens de coração, de devotamento e abnegação".

Se souber de quem são estas palavras, tire suas próprias conclusões.

terça-feira, 26 de março de 2013

Considerações sobre a Reencarnação

Por Jaci Régis - O Blog dos Espíritas

A Lei divina não cogita de ética ou moral. Ou seja, Lei Natural não é uma lei moral.

A ética e a moral são estágios criados a partir da racionalidade.

Nos estágios pré-humanos da vida terrena, o princípio da sobrevivência determina o comportamento, sem considerações de reciprocidade. Apenas o treinamento dos fatores que, posteriormente, comporão o comportamento do ser racional.

Na visão evolucionista, o princípio inteligente conhece nos conflitos da experiência que define o seu processo de desenvolvimento, a reciprocidade natural entre ação e reação, nos campos das relações de sobrevivência. Depois, no desencadeamento das mutações, ele sofrerá as consequências do choque da convivência e inscreverá na sua mente perene os rigores das respostas. A decorrência será a estruturação dos valores que se chamarão depois de “ética”, ou seja, a definição básica do certo e errado, bem e mal.

Já a moral é estabelecida pela autoridade, dentro de padrões criados pela observância das necessidades de manter um relativo equilíbrio nas relações humanas no círculo em que se desenvolvem, e também para garantir o poder.

Aí nascem as noções sobre o poder sobrenatural, a delegação de poderes a missionários e profetas, com as noções da culpa e da punição.

Ainda que esses sejam elementos historicamente encontrados nas civilizações de todos os tempos, constituem uma moral relativamente mutável, adaptável.

Não se pode confundir a reciprocidade da lei de causa e efeito com a polarização entre culpa e castigo, que numa serie infinita limitaria drasticamente o desenvolvimento do ser espiritual, perdido na circularidade permanente.

Somente essa perspectiva poderá dissolver a aparente contradição entre o livre-arbítrio como instrumento de expansão e evolução do ser espiritual e a Lei. Isto é, não existem limites morais na Lei. Os limites não estão fora, mas delineados e funcionam inevitavelmente dentro do universo pessoal, nos mecanismo do processo de causa e efeito.

A lei de causa e efeito é o princípio fundamental de balanceamento e reajuste constante da rota desdobrada pelo ser, na trilha evolutiva. Esse jogo permite a construção e reconstrução do equilíbrio interno.

Não se confunde, todavia, a questão da culpa como conseqüência da infrigência dos valores elegidos pessoal ou coletivamente, com o instituto da culpa como ação divina, resultado de um julgamento exterior. A pena de Talião é expediente que o próprio ser promove nos trâmites da culpa e da reparação.

A própria Lei Natural ou divina estabelece os mecanismos de manutenção do equilíbrio, definido como fator de balanceamento dos fatores concorrentes, visando o objetivo de manutenção e expansão positiva do conjunto.

O processo evolutivo do ser é instável porquanto ele estagia no nível de imperfeição natural em constante mutação, gerando desequilíbrio que, na reciprocidade da lei de causa e efeito, promove o equilíbrio, seja internamente, seja na relação com o outro, com o ambiente.

O livre-arbítrio, essa liberdade essencial, poderia levar à anarquia incontrolável, não estivessem gravados na consciência os parâmetros da Lei, construídos no conflito existencial.

Na trajetória evolutiva do ser espiritual, os fatores externos provocam repercussões que mobilizam suas potencialidades, reestruturando níveis mentais e motivações. Esses confrontos causam dor e sofrimentos que produzem situações penosas e insatisfatórias.

O equilíbrio é a felicidade ou a condição de satisfação e compensação do ser, ou se quisermos, podemos chamar de Eros.

A infelicidade é a quebra do equilíbrio com a criação de estados de desconforto e desintegração mental, ou se quisermos, podemos chamar de Morte ou Tanatos.

O interesse de preservação, ou instinto de conservação, que se instala no ser desde o início, e a necessidade que lhe é inerente de participar de relações compensatórias com semelhantes, são as forças propulsoras que o movem para a procura da homeostase.

A “inscrição na consciência” dos valores da Lei se dá, como se viu, na própria vivência dos conflitos e pelo desejo de preservação do ser e constitui, no tempo, os fundamentos da ética, considerada como o fator que estabelece o julgamento dos fatores para a persistência do ser.

No período humano, a ética e a moral se expressam, inicialmente, com o nascimento dos tabus, dos medos diante dos fatores naturais, nos mistérios do nascimento e da morte, e apelação para as forças sobrenaturais, no interesse da preservação pessoal e grupal.

Assim, como as forças do universo energético seguem um curso aparentemente ao acaso, mas permanecem dentro do fluxo orientador da Lei, o ser espiritual também parece seguir uma forma anárquica, sem limitações. Todavia, através dos mecanismos da Lei instalados pela experiência na mente do Espírito, o equilíbrio se faz invariável, mas não imediato.

Na dinâmica do processo, o que, dentro da visão sensorial sugere o caos, o acaso, na verdade, caminha para a busca do equilíbrio. A questão, nessa visão sensorial, se complica pela variável do tempo, cronológico ou sensível.

No modelo que estamos pensando, a evolução do ser inteligente só tem sentido se considerarmos a vida dele como uma estrutura imortal, dotado de um sentido natural de autopreservação, de imortalidade, realizada atemporalmente, da mesma forma que as mutações do mundo energético se impõem como condição de efetivação.

Nesse modelo não cabe o acaso, nem a vacuidade de intenções, pois há sempre a intenção de alcançar o patamar da satisfação, tanto na realização dos fenômenos biológicos e físicos, como nos fenômenos da consciência.

Não fora assim e o universo energético e a vida inteligente não teriam sido possíveis.

Não se trata de nenhuma imposição moral ou retaliação divina. O que se grava na consciência, quer dizer na memória profunda do Espírito, é os resultados das contradições vividas a partir do exercício vital, dentro do básico princípio de causa e efeito. Essa “consciência” retrata a realidade das reações aos atos e ações realizadas que, ao longo da experiência, estabelecem uma reação automática, condicionante, a motivando e ajuste imprescindível para o equilíbrio do ser, no conflito do conforto e desconforto existencial.

Não estamos esquecendo o valor das interações, dos conflitos entre as pessoas e a influência dos mortos na vida dos vivos. Nem a influência de entidades mais equilibradas na indução de encontros e respostas. Estamos enfatizando a auto-evolução, a escolha e principio do certo e do errado na decisão pessoal e coletiva.

Artigo recuperado e publicado no Jornal Abertura em agosto de 2012

Fonte: Instituto Cultural Kardecista de Santos - http://icksantos.blogspot.com.br/2012/11/consideracoes-sobre-reencarnacao-jaci.html?spref=fb

domingo, 24 de março de 2013

Por que Allan Kardec?

Por Silvio Seno Chibeni  -  O Blog dos Espíritas

Dogmatismo? Tradicionalismo? Fanatismo? Visão estreita?

Vejamos:

    A obra de Allan Kardec, quando analisada internamente, revela uma solidez lógica, uma racionalidade, uma limpidez argumentativa, uma coerência de fazerem inveja aos mais conceituados tratados filosóficos que a Humanidade possui;

    Allan Kardec revelou, em tudo o que fez, uma prudência, um equilíbrio, uma sobriedade, um espírito positivo e despreconcebido, um bom senso, enfim, que singularizam sua figura entre todos os expoentes da cultura humana;

    A obra de Allan Kardec, contrariamente ao que em geral acontece com outras que abordam os mesmos assuntos, está firme e amplamente baseada em fatos, cuidadosa e minuciosamente examinados à luz dos referidos critérios racionais; não surgiu entre as quatro paredes de um gabinete, mas de uma extensa convergência de informações;

    Allan Kardec era possuidor de uma vasta erudição, transitando inteiramente à vontade pelos mais variados campos do saber – das ciências às artes, das filosofias às religiões – o que lhe permitiu trazer ao seu domínio de estudo os mais relevantes problemas que interessam ao homem, dentro de uma visão abarcante e integrada da realidade;

    A obra de Allan Kardec apresenta-se dentro de padrões de clareza e objetividade tais, que não deixa nenhuma margem a ambigüidades e mal-entendidos, especialmente quanto aos pontos fundamentais;

    Allan Kardec soube ser impessoal, separando com rigor suas opiniões pessoais e peculiaridades de sua vida privada do conhecimento doutrinário, que é independente e objetivo; jamais pretendeu a posse exclusiva e completa da verdade, nunca recusou um princípio pelo só fato de ter sido descoberto ou proposto por outrem, nunca hesitou em abandonar uma idéia quando provada errônea por argumentos insofismáveis;

    A obra de Allan Kardec é incomparavelmente abrangente, ocupando-se desde os fatos mais palpáveis, destacadamente os relativos à sobrevivência do ser, até as mais profundas investigações da ética, passando pelo exame lúcido das grandes questões filosóficas que ao longo das eras têm desafiado o raciocínio do homem;

    Allan Kardec tem sido confirmado, por fontes independentes e fidedignas, como um grande emissário de Jesus, especialmente escolhido por Ele para concretizar na Terra a Sua promessa do envio do Consolador, [nota 1] que nada mais é do que o Espiritismo, que veio para nos ensinar todas as coisas (o esclarecimento abundante que traz), para nos fazer lembrar tudo o que Jesus nos disse (a sanção e explicação que ele nos dá dos Evangelhos), e que estará sempre conosco (a perenidade do Espiritismo);

    A obra de Allan Kardec não é uma estrutura estática e fechada, mas sim dinâmica e aberta a complementações futuras, incorporando a característica da progressividade, essencial a todo sistema científico ou filosófico que não pretenda ser sepultado pelas constantes e inevitáveis descobertas de fatos novos e pela ampliação geral do conhecimento humano;

    Allan Kardec testemunhou em todos os atos de sua vida a sua condição de Espírito de escol: jamais prejudicou a alguém; só com o bem retribuiu as ingratidões, ofensas e calúnias com que em vão tentaram embaraçar-lhe os passos; doou-se por completo à grande obra de educação dos homens que é o Espiritismo: a ela sacrificou o conforto, o repouso, os bens materiais, a saúde e até a própria vida.

Estudemos com seriedade essa obra. Conheçamos de perto esse autor. [nota 2]

Depois, comparemo-los à obras e autores que os pretendam superar. Quais se poderão gloriar de fazer-lhes frente em apenas algumas das dez características enumeradas (para não dizer em todas)?

Retornemos, por fim, à questão: Por que Allan Kardec?

Talvez já não seja difícil respondê-la ... [nota 3]
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Notas:

1.Cf. Evangelho de João, cap. 14.[volta]

2. Para uma visão precisa, detalhada e completa da personalidade de Allan Kardec, bem como das origens, dimensões e significado de sua obra, consulte-se o livro Allan Kardec (3 vols.), de Zêus Wantuil e Francisco Thiesen, editado pela Federação Espírita Brasileira em 1979/80.[volta]

3. Para uma exposição do caráter legitimamente científico (à luz da moderna filosofia da ciência) do desenvolvimento de uma atividade de pesquisa em torno de um núcleo de princípios básicos (como o Espiritismo o faz em relação aos princípios fundamentais da obra de Allan Kardec), veja-se o artigo "Espiritismo e ciência", em Reformador de maio de 1984. (Nota do Autor em outubro de 1998: Para o mesmo tema, ver também os artigos "A excelência metodológica do Espiritismo" e "O paradigma espírita", publicados na mesma revista, números de novembro e dezembro de 1988 e junho de 1994, respectivamente.) [volta]

Artigo publicado em Reformador, abril de 1986, pp. 102-3.
Retirado do site http://www.geeu.net.br/artigos/porque.html

quinta-feira, 21 de março de 2013

Os deturpadores do Espiritismo colocados contra a parede

Por Marcelo Pereira - Eu Adoro Sossego

Em 1948, uma mensagem dita por um espírito em uma sessão mediúnica, alertou que viria uma falange de espíritos mistificadores, com a maioria de seus integrantes de origem católica, com a missão de deturpar o Espiritismo, impedindo a evolução intelectual da sociedade brasileira e impedir também o fim do Catolicismo como principal religião do país.

Antes de falar mais sobre isso, vamos ver o que Allan Kardec fala a respeito dos espíritos mistificadores:

 "Não se deve esquecer que há entre os Espíritos, como entre os nomes, falsos sábios e semi-sábios, orgulhosos, presunçosos e sistemáticos. Como só aos Espíritos perfeitos é dado tudo conhecer, para os demais, como para nós, há mistérios que eles explicam à sua maneira, segundo as suas idéias, e sobre os quais podem formar opiniões mais ou menos justas, que por seu amor próprio querem fazer prevalecer e gostam de repetir em suas comunicações. O erro está na atitude de alguns de seus intérpretes, esposando com muita precipitação opiniões contrárias ao bom senso e fazendo-se os seus divulgadores responsáveis. Assim, as contradições de origem espírita só têm por causa a diversidade natural das inteligências, dos conhecimentos, da capacidade de julgar e da moralidade de certos Espíritos que ainda não estão aptos a tudo conhecer e compreender" (Allan Kardec, in O Livro dos Médiuns, Cap. 27 - Contradições e mistificações, Tradução de José Herculano Pires)

Vamos fazer uma radiografia superficial dos espíritos mistificadores mais famosos da deturpação doutrinária que está sendo feita no Brasil, para que possamos perceber que eles não são de confiança.

Lembrando que seguindo a lei da atração, espíritos superiores quase não vem ao nosso planeta, a não ser em horas bem raras. O planeta não possui o nível necessário para permitir uma presença constante de espíritos superiores. O que significa que temos, em grande maioria, de medianos a inferiores se comunicando com frequência por aqui. 

Vamos a listinha:

ANDRÉ LUÍS - Pelo que tudo indica, esse espírito nunca existiu. Atribuído a de um médico brasileiro que supostamente foi dirigente esportivo (os fanáticos em futebol que são fanáticos espiritólicos devem estar eufóricos!) e que era uma pessoa promiscua. Ao morrer, num curto espaço de tempo se evolui rapidamente de espírito duro a iluminado, num processo que a lógica e o bom senso considera absurdo. 

Espiritólicos se divertem ao tentar confirmar se André era a reencarnação dos cientistas Osvaldo Cruz e Carlos Chagas, o que evidências comprovaram ser impossível. Talvez a insistência neste dogma falso seja para dar uma "credibilidade científica" ao personagem que teve nome e imagem escolhidos pelo seu suposto médium Chico Xavier, baseado em pessoas que este conhecia (André Luíz Xavier era o nome de seu irmão). Supostamente encarnado numa época onde existia fotografia, nenhuma foto de André foi encontrada. Sua suposta aparência é conhecida apenas através de desenhos, o que reforça o fato de ter sido uma ficção.

Não podemos confirmar se André foi um personagem inventado por Xavier ou um espírito gozador que se identificou como tal. Há indícios que a primeira hipótese seja correta, pois há evidências de momentos de animismo (uma espécie de auto-mediunidade, onde o médium recebe mensagens dele mesmo, em transe sonambúlico) em Xavier.

JOANNA DE ANGELIS - Supostamente, é a mesma madre Joana Angélica, que atuou no Convento da Lapa (hoje campus da UCSAL), que fica na rua que levou seu nome, próximo ao principal terminal de ônibus de Salvador, a Estação da Lapa. Conheço tanto o campus (onde cheguei a passar várias tardes na biblioteca, estudando) quanto o terminal. 

Bastante autoritária, o espírito de Angelis obsedia o médium Divaldo Franco, muito popular no Brasil (possivelmente o sucessor de Xavier, pelo menos em popularidade). Este, de fala estranha, mas sedutora, segue a linha ramatisista e costuma difundir ideias  pseudo-cientificas, mas um tanto delirantes, misturadas a mensagens de amor e caridades tradicionais no Espiritolicismo. Franco viaja muito no Brasil e em outros países a mando da FEB para difundir as ideias erradas disseminadas por aqui.

BEZERRA DE MENEZES - Um dos fundadores da FEB, que do mesmo modo que Chico Xavier, nunca abandonou o Catolicismo, sendo devoto de Nossa Senhora (ausente no Espiritismo verdadeiro, mas enxertado no Espiritolicismo), era realmente uma pessoa muito bondosa. Como político chegou a participar de fato do movimento abolicionista (do contrário da princesa Isabel, mera funcionária que carimbou e assinou o que já estava decidido - uma revista espiritólica tentou atribuir um caráter abolicionista à filha de D. Pedro II, o que fatos históricos provam ser uma farsa). 

Falecido, passou a se comunicar através de vários médiuns, predominantemente através do baiano José Medrado, fundador da Cidade da Luz, um lugar muito agradável que tive a oportunidade de conhecer, onde cuida de crianças de maneira realmente digna. Apesar de não ser um farsante como os outros espíritos, Menezes se limita a mensagens de amor e caridade e despreza o lado científico da doutrina (apesar de incautos o definirem como o "Kardec brasileiro", aposto que se encaixa melhor em Herculano Pires). 

Quando encarnado foi um empolgado defensor de Roustaing (motivo da clássica discórdia com Angeli Torteroli, este defensor da pureza kardeciana, que eu também defendo), que considerava uma ideologia moderna, colaborando para que esta fosse a filosofia da FEB, algo que é mantido até hoje. É um espírito muito admirado no Brasil e suas manifestações atraem muita gente, a maioria de meros curiosos.

RAMATIS - Enxertado no Espiritismo brasileiro, na verdade o atribuído espírito era um difusor do Espiritualismo Universalista, uma seita à parte. Vários médiuns se diziam se comunicar com eles, mas o mais comum era Hercílio Maes. Altamente exotérico, era entusiasta da "Nova Era", "Era de Aquário" e outras bobagens similares. Suas ideias eram uma gororoba de várias crenças exotéricas, sobretudo a teoria dos chacras. Os centros espitirólicos preferem usar suas ideias para treinar médiuns do que O Livro dos Médiuns de Kardec, alegando ser este um livro "difícil" e "ultrapassado". Defende algumas teses absurdas sobre Jesus (mas discordando da teoria do corpo vaporoso defendida por Roustaing) e sobre o apocalipse.

"HUMBERTO DE CAMPOS" ou IRMÃO X - Pus aspas no primeiro nome porque na minha opinião, com base no que verifiquei, é muito certo que o famoso autor não seja o mesmo espírito. Excelente intelectual, Campos foi jornalista, escritor, político e membro da Academia Brasileira de Letras. Campos não teria condições de escrever o livro Brasil, Coração do mundo, Pátria do Evangelho, supostamente psicografado por Chico Xavier. "Brasil" é um livro (o pior da obra supostamente psicografada por Xavier, segundo muitos), cheio de erros, bobagens, muito mal escrito e coloca os fatos históricos na perspectiva 'heroica" dos governos ditatoriais da época, onde fatos eram distorcidos para forjar uma pompa que hoje os historiadores descobriram que nunca aconteceram. Além disso, o livro é altamente ufanista, o que é contra a tese verdadeiramente espírita que diz que espíritos não possuem pátria. 

A família do jornalista entrou com processo contra Chico Xavier para que confirmasse a autoria e em caso positivo, recebesse da FEB os direitos autorais. A família perdeu. Depois desse episódio, que rendeu muita polêmica, o suposto espírito passou a assinar Irmão X.

EMMANUEL - Principal nome do Espiritolicismo, supostamente é ao mesmo Padre Manuel da Nóbrega que foi um dos líderes da Companhia de Jesus, que tentou converter os índios, na marra, ao Catolicismo. Para entender melhor os chamados jesuítas, integrantes da CJ, vejam este verbete e o dedicado ao citado padre. Até facilitariam o entendimento de quem foi o maior obsessor de Chico Xavier, cruel e autoritário, que nunca respeitou sequer a saúde do médium, que acreditava viver um carma inalterável (o que as obras de Kardec desmentem com categoria). 

Emmanuel traduz com perfeição o espírito mistificador, autoritário, pseudo-sábio de que Kardec alertara em suas obras. De linguajar doce, mas rebuscado, costumava ditar obras e mais obras sobre fatos históricos cheios de erros. Afirmava ter sido o senador Publio Lentulus, um personagem fictício criado para que pudesse justificar que "viveu nos tempos de Jesus". É um dogma espiritólico acreditar que todos os envolvidos, seguidores, médiuns e donos de centros, viveram no mesmo tempo e território que Jesus. Historiadores comprovaram a inexistência de Lentulus.

Tido como "anjo da guarda" de Xavier, Emmanuel era na verdade um obsessor do tipo fascinador. A fascinação é um tipo grave de obsessão em que o médium adquire uma confiança cega e imutável no seu obsessor, servindo-lhe de escravo das vontades do tal espírito. O tipo de relação entre Xavier e Emmanuel deixava bem claras essas características.

É nosso dever ignorá-los

Bom estes são os principais deturpadores do Espiritismo, transformando-o no Espiritolicismo cheio de erros, fanatismo, pieguice e enxertos de outras religiões, que impedem a compreensão de uma doutrina que nasceu científica, mas se encontra mergulhada na fé cega que Kardec tanto se esforçou em combater. 

Não devemos dar ouvidos a esses espíritos citados. As suas orientações, mesmo as mensagens de amor, paz e caridade, são inúteis para a nossa evolução espiritual. Jesus e Kardec já bastam para entendermos tudo. O resto é desvio para permanecer na ignorância em que nos encontramos.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Paradigmas “Espíritas”

Por Riviane Damásio - Blog dos Espíritas

As religiões buscam no cerne das suas melhores intenções, transformar o Mal em Bem, as más tendências em virtudes, e para isto, desprovidas de pedagogias adequadas, muitas vezes tentam conduzir a transformação dos valores, por meio de prática de rituais de lógica duvidosa e de conceitos irrefletidos injetados de forma paulatina em seus adeptos.

O religioso então, longe de transformar-se “em”, é moldado sob o barro do estereótipo e não raras vezes a mudança promovida não consegue transigir além da superfície rasa e o que vemos são atitudes destoantes das pregações (e intenções).

O Espiritismo, que no sonho concretizado de Kardec e da espiritualidade superior, veio desatar os nós da superficialidade da fé e alçar voos de reais transformações humanas, muitas vezes encontra em seus membros, atavismos tais, que fazem com que não percebam o espectro de liberdade e de evolução que a não religiosidade proporciona, transcendendo esta liberdade pela fé sem correntes, que voa acima de uma mera liturgia.

A grande maioria dos Centros Espíritas - na contramão de um modelo ideal de sociedade espírita aos moldes das fundadas por espíritas desbravadores da doutrina - proporcionam a quem a eles recorrem, o sentimento de familiaridade e deja vu com as instituições religiosas. A se começar com a disposição física dos presentes, a passividade de se porem como ouvintes de pregações, os estudos estereotipados e engessados de autores que pouco acrescentam no desenvolvimento da capacidade analítica do indivíduo, o palavreado fútil, os rituais, a venda de esperança que transforma a fé em produto de barganha, a aceitação cega no fenômeno, a falta de cientificidade...

E assim vão crescendo os paradigmas espíritas, fazendo com que ícones sejam eleitos dentro do movimento como se canonizam santos nas igrejas. Os estudos domésticos dão lugar aos evangelhos estereotipados, a água da sabedoria cede à água fluidificada e o os passos na busca de um caminho de conhecimento e de mudanças se rendem aos “passes” miraculosos que não transformam e mascaram as dores.

O Espiritismo não nasceu passivo, não é nem pode se transformar numa doutrina passiva, e não é através da subserviência que pretende transformar os valores humanos, e sim através do incentivo a atitudes coerentes, à dúvidas, à busca de certezas, ao estudo e ao anseio por respostas e principalmente por ações que não engatinham pelo assistencialismo oco e vicioso, antes colaboram para a transformação e ajuda verdadeira ao outro, através do ensino e da coerência de atitudes.

Que cada espírita se permita nunca deixar de duvidar antes de aceitar, de estudar antes de divulgar e principalmente que à exemplo dos que a cada dia vencem seus leões interiores consigam quebrar aos poucos seus paradigmas e possam finalmente desfrutar e colaborar com a transformação do mundo e de si mesmo que é razão maior da Doutrina.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Blogues espiritólicos falam sobre novo papa: será que assumiram o que realmente são?

Notável que quase todos os blogues espiritólicos chiquistas ou divaldistas colocaram postagens exaltando o novo papa, Francisco I (Francisco? Humm...), como se isso fosse de interesse deles, como se tivesse a ver com a doutrina. Será que finalmente vão assumir o que de fato são, um Catolicismo reencarnacionista enrustido?

O Espiritolicismo, deturpação brasileira da Doutrina Espírita, sempre teve muita afinidade com o Catolicismo. Além de ter em seu "rebanho" de fiéis muitos oriundos do Catolicismo (que não merecem nem ser chamados de ex-católicos, pois não estão completamente divorciados de muitos dogmas católicos que acreditam e defendem), além da influência decisiva e até autoritária de espíritos de padres, freiras e sacerdotes, que ditam as regras de centros espíritas com base na igreja papal, com poucas alterações.

Gostaria muito de ver os supostos espíritas brasileiros assumirem que não seguem a doutrina de Kardec e sim uma versão híbrida e heterodoxa do Catolicismo. A única coisa de espírita que admitem é a reencarnação e a comunicação com os mortos. Fora isso, há muito de Catolicismo no "Espiritismo" brasileiro.

Por isso, não é de se estranhar que os sites de "Espiritismo" pirata estejam animados em falar sobre o novo papa. Chico Xavier, na famosa entrevista do Pinga Fogo, havia dito que a Igreja Católica deveria ser respeitada e seguida como guia da humanidade. Em um dos seus livros supostamente psicografados, disse que o papa seria o condutor da regeneração do planeta. Coisas que só poderiam ter sido ditas por um beato católico praticante, coisa totalmente estranha à doutrina fundada por Kardec.

Será que esse interesse todo dos supostos espíritas pelo novo papa é um sinal de que irão assumir o que realmente são na prática: um Catolicismo reencarnacionista e heterodoxo, com todos os ritos que tem direito, rebatizados com outros nomes e sem a hierarquia usual da Igreja do papa?

Nem nós escapamos de escrever sobre o assunto. Com o diferencial de que sabemos com absoluta certeza de que o papa nada tem a ver com toda a filosofia que temos a honra de seguir.

terça-feira, 12 de março de 2013

Mensagem do já saudoso José Manoel Barboza aos que ficam

Há uma semana perdemos o querido José Manoel Barboza, palestrante espírita e presidente do Centro Espírita Friburguense e principal lutador contra a deturpação feita com a doutrina espírita no Brasil, de responsabilidade da FEB, de médiuns e palestrantes, que impedem até hoje a compreensão real da doutrina fundada por Kardec, travando a evolução intelectual de seus seguidores.

Zé Manel, como gostava de ser chamado, faleceu por causa de complicações em uma cirurgia cardíaca. Talvez sabendo disso, deixou uma bela mensagem de várias frases como presente de despedida. Clique na figura acima para ver a mensagem.

Do contrário da maioria dos que se dizem espíritas, Barboza chega ao mundo espiritual lúcido, encontrando o que esperava e ciente de que colaborou para tentar evoluir o intelecto e a moral dos que ouviam suas palestras. 

Uma grande perda irreparável. Mas fica aqui o nosso agradecimento e o nosso mais sincero amor a esse querido lutador que tanto se esforçou para nos esclarecer. 


sexta-feira, 8 de março de 2013

Se os chiquistas assumirem que o que eles creem não é Espíritismo, a gente deixa eles em paz

O brasileiro entende muito mal as informações que recebe. Não acostumado a analisar, aceita automaticamente e coloca um rótulo, achando que se relaciona com aquilo que entende como tal. Acontece muito em vários setores da sociedade. E também conteceu no Espiritismo.

Há mais de 70 anos, a doutrina vem sido deturpada com enxertos e distorções completamente em desacordo com o que foi proposto originalmente por Allan Kardec. O não estudo das obras da codificação contribuíram muito para esta deturpação, entendida pelos defensores como uma "complementação" ou "atualização". Ué, distorcer é "atualizar"? Isso é um absurdo.

E graças a isso, o Espiritismo, no Brasil acabou se tornando algo muito diferente, uma seita igrejista, piegas, praticante da fé cega (que os seguidores chamam criminosamente de "fé raciocinada", embora não usem raciocínio) e com muitas contradições, fantasias e enxertos sobretudo do Catolicismo, de onde vieram os fundadores da FEB e boa parte dos supostos seguidores brasileiros da dourina. Tudo isso com o apoio de espíritos católicos, que escondem a intenção de criar um neocatolicismo, o que de fato se tornou a doutrina no Brasil.

Que tal assumir que isso não é Espiritismo? Para de usar o nome de Kardec para servir de carimbo para tudo isso que está aí? Não seria legal os supostos "espíritas" brasileiros se esquecerem que são espíritas e encontrar outro nome para aquilo que seguem? Sei que rótulos são besteiras na maioria dos casos, mas não neste, já que muitos valores defendidos por Kardec estão em jogo, distorcidos por uma cambada de seguidores que não conseguiu entendê-lo.

Se os "espíritas" brasileiros assumissem outra filosofia, os verdadeiros espíritas ficariam tranquilos, já que as ideias de Kardec permaneceriam em seu lugar, como ciência espiritual, sem o festival de próteses ideológicas que andam embutindo na doutrina.

Assumindo seguir uma doutrina própria, os "espíritas" brasileiros ficariam tranquilos em suas crenças, idolatrando os seus médiuns e palestrantes favoritos e defendendo o eu está nos livros que creem, já que no Brasil, a "doutrina" possui não uma, mas várias obras para fazer o papel da Bíblia.

Assumam outro nome e esqueçam o nome de Kardec, porque a filosofia dele, vocês já esqueceram há muito tempo. O que vocês acreditam não é Espiritismo (não basta acreditar em reencarnação e comunicação com os mortos para ser considerado espírita - várias religiões orientais defendem estes dogmas) e sim uma nova doutrina, chiquista (de Chico Xavier) e sem qualquer compromisso com a lógica e com a ciência.

É uma outra religião que se fosse analisada pelo Livro dos Médiuns seriam completamente invalidada, pois o conhecido livro da codificação tem as instruções para invalidar estas crenças como "fé raciocinada".

Se deixarem Kardec e sua filosofia em paz, deixaremos vocês em paz. enquanto vocês falarem em nome de uma doutrina totalmente diferente a que vocês seguem, nós encheremos o saco para esclarecer que isso daí não foi o que Kardec pesquisou, analisou e codificou.

Assumam que vocês seguem outra coisa que a paz reinará entre nós. Pois só assim teremos a tolerância religiosa de respeitar o diferente como diferente, cada um em seu lugar. O chato é uns quererem tomar o lugar de quem nada tem a ver. Basta de tanta deturpação!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Atualidade das Recomendações de José Herculano Pires

Por Tadeu Saboia - Extraído de O Blog dos Espíritas

Diante de tantas incoerências dentro do movimento espírita brasileiro com relação ao Espiritismo sério, José Herculano Pires, há mais de 30 anos, já nos advertia e previa essa bagunça doutrinária que infelizmente vemos hoje. E em sua visão de filósofo e estudioso do Espiritismo, dava-nos a solução para o problema: Estudar sistematicamente e compreender as obras de Allan Kardec abandonando esse Pseudo-Espiritismo fanático-mediúnico, adorador de médiuns, igrejeiro e católico que se instalou como uma praga no falido movimento Espírita Brasileiro.

Vejamos um trecho do Livro Curso Dinâmico de Espiritismo, em seu capítulo 17: Ação Espírita na Transformação do Mundo.

“As relações humanas se baseiam na afetividade humana. Não há afetos entre corações insensíveis. Por isso a dor campeia no mundo, pois só ela pode abalar os corações de pedra. Mas o Espiritismo nos mostra que o coração de pedra é duro por falta de compreensão da realidade, de tradições negativas que o homem desenvolveu em tempos selvagens e brutais. Essas relações se modificam quando oferecemos aos homens uma visão mais humana e mais lógica da Realidade universal. Essa visão não tem sido apresentada pelos espíritas que, na sua maioria, se deixam levar apenas pelo aspecto religioso da doutrina, assim mesmo deformado pela influência de formações religiosas anteriores. 

Precisamos restabelecer a visão espírita em sua inteireza, afastando os resíduos de um passado de ilusões e mentiras prejudiciais. Se compreenderem a necessidade urgente de se aprofundarem no conhecimento da doutrina, de maneira a fornecerem uma sólida e esclarecida doutrina espírita, poderão realmente contribuir para a modificação do mundo em que vivemos. 

Gerações e gerações de espíritas passaram pela Terra, de Kardec até hoje, sem terem obtido sequer um laivo de educação espírita, de formação doutrinária sistemática. Aprenderam apenas alguns hábitos espíritas, ouviram aulas inócuas de catecismo igrejeiro, tornaram-se, às vezes, ardorosos na adolescência e na juventude (porque o Espiritismo é oposição a tudo quanto de envelhecido e caduco existe no mundo), mas ao se defrontarem com a cultura universitária incluíram a doutrina no rol das coisas peremptas por não terem a menor visão da sua grandeza. Pais ignorantes e filhos ignorantes, na sucessão das encarnações inúteis, nada mais fizeram do que transformar a grande doutrina numa seita de papalvos (Parvo, pateta, boboca. Indivíduo que se deixa enganar facilmente). 

Duras são e têm de ser as palavras, porque ineptas e criminosas foram as ações condenadas. A preguiça mental de ler e pensar, a pretensão de saber tudo por intuição, de receber dos guias a verdade feita, o brilhar inútil e vaidoso dos tribunos, as mistificações aceitas de mão beijada como bênçãos divinas e assim por diante, num rol infindável de tolices e burrices fizeram do movimento doutrinário um charco de crendices que impediu a volta prevista de Kardec para continuar seu trabalho. Em compensação, surgiram os reformadores e adulterados, as mistificações deslumbrantes e vazias e até mesmo as séries ridículas de reencarnações do mestre por contraditores incultos de suas mais valiosas afirmações doutrinárias.”  (José Herculano Pires) 
                                                                                     
Quem tem olhos para ver, veja!  Meu Deus!  É um retrato trágico e verídico do que se observa nos dias de hoje!  Só um espírito superior da equipe de Kardec poderia escrever uma verdade tão simples, dura e necessária sobre o movimento espirita brasileiro. Espero que todos nós possamos ter a humildade de vestir a carapuça, se for o caso, e mudar de atitude perante o Espiritismo.

Fico feliz de saber que se Herculano Pires escrevesse esse artigo aqui, nesse site, seria alvo de muitos dos fanáticos-igrejeiros que diriam que ele está sendo incompreensível, obsidiado, sem caridade, que gosta de polemizar, que adora fazer confusão, que esse tipo de comentário não agrega valor, que o espiritismo não precisa disso, que essas questões são acessórias, que o que importa é o amor e não as críticas, que é muito duro, que esta sendo injusto com os santos médiuns e famosos palestrantes, que o espírita não pode ser tão crítico, que deveria aceitar as novas revelações e todo o “blábláblá” que vez por outra encontramos por ai.

Fiquem todos com Deus e até a próxima.