OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

IMPORTANTE: Este blogue não tem a pretensão de ser um site científico e nem de ser uma fonte para estudos. Apenas lançamos as questões e estimulamos o debate e a análise, servindo apenas para ponto de partida para estudos mais detalhados. Para quem quiser se aprofundar mais, recomendamos a literatura detalhada das obras de Allan Kardec - principalmente "O que é o Espiritismo" e visitar fóruns especializados, que não façam parte da Federação "Espírita" Brasileira.

Os textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores e correspondem ao ponto de vista pessoal de seus responsáveis, sejam ou não resultado de estudos.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Alguém pode justificar de maneira lógica o mito da "extrema bondade" de Chico Xavier?

Não tem jeito. Para espíritas, "espíritas" e não espíritas, há uma unanimidade: Chico Xavier é o homem mais bondoso que esteve sobre a Terra. É um mito defendido com tanto ardor, que frequentemente o médium é colocado como exemplo máximo de caridade e amor ao próximo.

Mesmo que admitamos que ele foi bom, porque essa mania de considerá-lo como exemplo máximo e puro de amor ao próximo? Isso é fanatismo e falta de noção do que realmente significa o sentido de altruísmo.

Faltou fazer algumas perguntas:
- Que tipo de caridade fez o médium para merecer ser classificado como "bondade absoluta"?
- A caridade dele transformou a sociedade ou é mais um conjunto de paliativos a "confortar" miseráveis?
- Será que ele não fez a caridade de modo errado?
- E sobre seus livros cheios de erros? Como considerar o "máximo de bondade" se o bom senso sabe que erros poderem gerar danos, sendo isso um mal praticado, mesmo sem dolo?
- Como um ser "extremamente bom" pode ser tolo e um tanto ignorante, permitindo ser manipulado e deixando publicar e difundir bobagens que a lógica não permite ser possível?
- E as comunicações recebidas? Não seria mais caridoso verificar a sua autenticidade do difundir imediatamente?

Eu particularmente conheço muita gente muito mais altruísta que o mitológico médium e - pasmem! - a maioria fora de qualquer religião, estando boa parte destes nos meios científicos, meios solenemente ignorados pelas massas populares e que ninguém se lembra que existe um forte sentimento de altruísmo entre os intelectuais e cientistas.

E se Chico Xavier é o "máximo em caridade", me expliquem porque ele foi responsável pelo grande travamento da evolução espiritual do Brasil, já que seus erros contribuíram e muito para esse igrejismo (Xavier, nasceu, viveu e morreu católico praticante) que mantém tudo como sempre esteve há mais de 80 anos? Impedir os outros de raciocinar e questionar é caridade? É dando sopinha para pobres que iremos mudar o mundo? Ora, tenham bom senso!

Não gosto de ver o médium citado como exemplo de bondade. Essa bondade estereotipada e paliativa é praticada há anos e não tem melhorado em nada a sociedade como um todo, que se mantém injusta, exigente, excludente e gananciosa, como sempre esteve. Os jovens de hoje repetem os mesmos erros de seus pais, avós, tataravós, nada colaborando para a melhoria real do planeta.

O médium inclusive não foi 100% altruísta. Não se ofereceu para ser doador de órgãos, difundiu ideias sem observar as consequências, se deixou manipular por pessoas e espíritos, sustentando financeiramente a FEB, abrindo mão da própria saúde para agradar a um perverso obsessor que queria lhe matar. Como um tipo desse pode ser um exemplo maior de caridade?

O que o "imensamente bondoso" Chico Xavier conseguiu?: foi adiar a evolução do planeta para mais de 3000 anos, trancafiando toda a humanidade num abismo de provas e expiação, provando de uma vez por todas que esses papos de "Nova Era" e de "Regeneração" fazem parte de uma fraude a enganar fiéis e transformar o Espiritismo nesse neocatolicismo enrustido que só serve para dar dinheiro a diretores de centros e de associações filiadas ou não à FEB, uma entidade hipócrita que lucra muito ensinando o falso altruísmo, aquele que não muda nada, não melhora nada. É como um calmante para aliviar a dor que nunca passa.

A sociedade só avançará se Chico Xavier for esquecido

Xavier deve ser arrancado de uma vez por todas do Espiritismo, já que ele nunca foi espírita de fato, lançando mão de enxertar muitos aspectos de sua verdadeira fé, a católica, claramente negados pelo verdadeiro Espiritismo.

E isso nada tem de ofensivo. Temos que ser duros com quem é mole. Não podemos mais aceitar ingenuidades disfarçadas de "ciência espírita" difundidas à exaustão. Esses erros com absoluta certeza tem gerado um grande travamento espiritual, impedindo os seguidores de questionar e raciocinar com responsabilidade. O Espiritismo não precisa de Chico Xavier e estaria bem melhor se ele nunca tivesse se envolvido com a doutrina, ficando quietinho, isolado no seu tão adorado Catolicismo.

Mas o mito que ronda o médium causa comoção até mesmo em quem o contesta. Como se Xavier fosse um menininho que invade uma reunião de intelectuais e começa a brincar, fazendo com que os intelectuais da ocasião ficassem apaixonados pelo menininho e desistissem da reunião séria para ficarem se entretendo com os joguinhos pueris do tal menino. Vamos parar com isso, pois brincadeira tem hora!

Xavier definitivamente não é o melhor exemplo de bondade. Foi bom, sim, mas na medida exata de qualquer mortal. Mas a sua bondade não transformou, não melhorou de fato nenhuma vida, servindo apenas de anestesia para a dor que ninguém se esforça em acabar. A dor de vivermos cegamente irracionais, acreditando em tudo que nos dizem, deixando tudo como sempre esteve.

A verdadeira caridade é esquecer Chico Xavier e sair a procura de outro exemplo de amor ao próximo. Um amor que possa realmente transformar, mudar as mentes e trazer melhorias reais para que todos, sem exceção possam ter acesso a uma qualidade de vida realmente digna, permanente e sem paliativos.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Allan Kardec e seu tempo

Muitas discussões e polêmicas tem aparecido a respeito dos possíveis erros que Allan Kardec possa ter cometido. Muitas pessoas acabam pensando que tais erros pertencem a doutrina codificada pelo professor francês, o que não é verdade. Isso merece uma explicação.

Se Kardec cometeu algum erro, incluindo o racismo, machismo ou qualquer equívoco que seja, não foi por causa da doutrina e sim por causa do contexto social em que vivia no século XIX, ainda longe dos avanços do século posterior.

 Kardec era inteligente e humilde e sabia que poderia errar. Tanto é que sugeriu reuniões feitas de 25 em 25 anos para estudar as transformações sociais e físicas do planeta e adaptar a doutrina a elas, algo que nunca aconteceu, sobretudo no Brasil, que preferiu "revisar" a doutrina com a inserção de crendices, sobretudo católicas.

Não, nada está errado em Kardec. Apenas a sociedade em que ele vivia, na segunda metade do século XIX, que desconhecia os imensos avanços que ocorreriam no produtivo século que se seguiria. 

Com absoluta certeza, se Allan Kardec vivesse nos dias de hoje, suas ideias seriam muito mais avançadas, mas sem essa gororoba dogmática em que o Espiritismo brasileiro se mergulhou. Talvez com Kardec, essa deturpação irresponsável não encontrasse campo para se difundir, como encontrou com Chico Xavier, discípulos & CIA, emperrando a evolução espiritual de seus adeptos.

Concluindo: se Kardec errou, não faz parte da doutrina e sim do contexto predominante no século XIX e deve permanecer adormecido por lá. Hoje, quando nem no século XX nos encontramos, merecemos uma doutrina cada vez mais avançada e racional, sempre batalhando para que o dogmatismo medieval não contamine a nossa fé raciocinada, como vem acontecendo há cerca de 70 anos.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A Fé Cega chegou ao Movimento Espírita. E pior: travestida de "Fé Raciocinada"

Por Marcelo Pereira - Eu Adoro Sossego

Allan Kardec ainda é o grande desconhecido dos brasileiros que se dizem espíritas. O nome do codificador é bastante usado como "grife" para legitimar tudo aquilo que é falado de certo  - e de errado, principalmente - em nome da doutrina. Mas as suas lições são solenemente ignorada pelos ditos seguidores da doutrina no Brasil.

A ignorância das lições de Kardec tem levado a versão brasileira da doutrina a um caminho de religiosidade dogmática praticamente sem volta, inserindo nela uma fé cega tipicamente vista nas outras religiões, na qual absurdos são defendidos como "verdades inquestionáveis".

Para piorar a situação em relação a outras religiões (outras? Perdão, Espiritismo não é religião; pelo menos no sentido dogmático do termo), a fé cega dos "espíritas" brasileiros é rotulada de fé "raciocinada", o que estimula a não verificação daquilo que dito por espíritos ou médiuns prestigiados. Fé raciocinada sem raciocínio? Como assim?

Essa fé cega travestida de raciocinada tem feito surgir muitas brigas dentro do meio, já que os fanáticos, cegos pelo prestígio hipnotizante de falsos líderes e pseudo-sábios, insistem em aceitar cegamente qualquer erro dito por estes, como se o prestígio desses "gurus" garantisse a veracidade daquilo que é dito. Nisso, muitos absurdos e muita bobagem se transforma em lei, com direito a registro e difundida pelos quatro cantos do mundo. Infelizmente.

A sociedade brasileira consagrou a fé como uma de suas maiores qualidades, senão a maior. Isso é um erro, pois estimula a credulidade e faz adormecer o raciocínio, ficando a impressão que Deus deu um cérebro bem complexo para a nossa espécie humana, apenas para servir de enfeite. Isso é triste para a Doutrina Espírita, que nasceu defendendo o raciocínio, sendo codificada por um cientista acostumado com pesquisas cheias de lógica e discernimento.

Infelizmente a doutrina se torna a grande desconhecida dos brasileiros, que prefere os absurdos que se solidificaram em nome da doutrina, resultantes da emotiva fé cega, desprovida de raciocínio, mas que abusa do rótulo de "racional" para legitimar as bobagens que são defendidas a ferro e fogo, só por causa do prestígio embutido e um um monte de ingênuos, pobres coitados que foram transformados em líderes pela FEB, uma instituição que desonra seu nome ao vislumbrar o lucro fácil através da transformação do Espiritismo em um espetáculo de maravilhas fabulosas que enganam a todos que tem preguiça de usar melhor o cérebro, esse presente formidável dado por Deus e cada vez menos utilizado pelos brasileiros de todas as religiões, gostos e convicções.