OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

IMPORTANTE: Este blogue não tem a pretensão de ser um site científico e nem de ser uma fonte para estudos. Apenas lançamos as questões e estimulamos o debate e a análise, servindo apenas para ponto de partida para estudos mais detalhados. Para quem quiser se aprofundar mais, recomendamos a literatura detalhada das obras de Allan Kardec - principalmente "O que é o Espiritismo" e visitar fóruns especializados, que não façam parte da Federação "Espírita" Brasileira.

Os textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores e correspondem ao ponto de vista pessoal de seus responsáveis, sejam ou não resultado de estudos.

domingo, 21 de agosto de 2016

Ideais fascistas no "Espiritismo" brasileiro

O termo "fascismo" é controverso, mas é utilizado frequentemente para designar ideologias que pretendam combater o fim das desigualdades e impor sistemas decididos por minorias que se acham no direito de fazer o que quiserem para impor a ordem o satisfazer seus interesses de dominação.

Enquanto o Espiritismo Original, codificado por Allan Kadec, encontra afinidades com ideais progressistas (corroboradas pelas obras de Leon Denis), a versão praticada no Brasil graças a deturpação igrejeira e à influência das obras de Jean Baptiste Roustaing, sempre pendeu para a direita, embora seus seguidores e algumas lideranças não estivessem convictos disso.

Recentemente, setores do "Espiritismo" brasileiro assumiram a sua guinada para a direita. Uma atitude coerente, pois a versão deturpada sempre teve afinidade com ideias regressivas e apoia até hoje iniciativas como a Teologia do Sofrimento, tese medieval que alega que o sofrimento é o caminho para a felicidade, observada politicamente na teoria do "no pain, no gain" dos capitalistas.

Como há um certo exagero em certos setores "espíritas" brasileiros em reprovar a igualdade de direitos entre todos os seres humanos, assumindo como 'justa" as desigualdades sócio-econômicas, pode se dizer que, em certos aspectos, o "Espiritismo" brasileiro encontrou afinidade com alguns ideais fascistas.

O culto doentio e obediência cega a uma liderança (devoção a Chico Xavier), a ideia de que só é bem sucedido quem sofre antes (Teologia do Sofrimento, "No pain, no gain" capitalista), a seletividade de classes (uma elite que tem que continuar próspera e inatacável e um proletariado que deve se contentar com assistencialismo paliativo) e a defesa de ideias conservadoras (varias delas herdadas do Catolicismo medieval), somada a adesão recente a um governo direitista, são fatores que já podem classificar o "Espiritismo" brasileiro como simpatizante do Fascismo. 

O próprio Chico Xavier, que apesar de admirado por setores mais ingênuos de esquerda, sempre foi direitista dos mais conservadores, defendeu a ditadura na sua pior fase e condenava o ativismo social, classificado por ele como "desordem", achando que as classes mais oprimidas devem ser obedientes e aceitar a sua condição humilhante, sob a desculpa de serem "reencarnações de pessoas más", algo que e dito sem ser comprovado (Chico Xavier julgando os outros sem pervas, para depois dizer que ninguém deve ser julgado sem provas. Ora, ora, ora!). 

Além do direitismo quase extremo de Xavier, temos as ideias de Roustaing, a postura preconceituosa de Emmanuel (cuja afinidade com o fascismo é ainda mais clara) e agora o livro O Partido, de Robson Pinheiro, que, além de tentar criminalizar ideais progressistas, adapta, discretamente algumas posturas fascistas para os dias atuais, associando-as com o "Espiritismo" deturpado pelo retrógrado Chico Xavier. Tudo feito sem alarde e sem assumir o rótulo, mas com intenções claras de seletividade ideológica e suave sadismo contra os menos favorecidos.

A seletividade elitista sempre esteve presente na versão deturpada da doutrina, que considerou, através de julgamento subjetivo, os ricos como "reencarnação de benfeitores" e por isso guarda para eles uma posição privilegiada nas atividades "espíritas". A ganância dos ricos nunca é criticada (até porque os ricos são estimulados a praticar o assistencialismo paliativo, caraterizado por caridade frouxa e não-transformadora), sendo as "lições" "espíritas" direcionadas apenas aos que sofrem, aprisionados irreversivelmente em condições sócio-econômicas humilhantes.

"Médiuns" (ricos) para um lado, "humildes" para outro

Em um centro que um amigo nosso frequentou, ele, que não é rico, nos contou que havia uma reunião de jovens em uma tarde de sábado. Após a leitura de um livro e de algumas palestras, o líder do grupo avisou que os os "médiuns" teriam que se recolher em uma sala para os trabalhos. Por uma estranha coincidência, os "bonitos" e "bem vestidos" foram todos para esta sala e os mais humildes ficaram de fora. Não havia humildes entre o grupo que entrou e nem "bem vestidos" no grupo que ficou de fora. No grupo que entrou havia crianças pequenas, que obviamente não sabiam o que é mediunidade. Coincidência demais ou só ricos poderiam, na ocasião, serem "médiuns"?

Para uma seita cujos frequentadores pertencem majoritariamente de elite e que tem que ter seus privilégios preservados, não é nada equivocado falar em fascismo, pois a ideologia sempre pregou a seletividade e a concessão de privilégios a grupos limitados, alegando "predestinação" e condenando outros. O "Espiritismo" brasileiro sempre defendeu que, excetuando a elite, as pessoas deveriam sofrer para conseguir um sucesso futuro e que o sofrimento por mais cruel que seja deveria ser aceito pois vinha de "decisões sábias" de autoridades que supostamente sabiam de tudo e só "queriam o bem de todos". 

Mesmo que não assuma o fascismo e não absorva todos os aspectos dessa ideologia sádica e excludente, há sim algo de fascista no "Espiritismo" brasileiro. O que derruba de vez o falso mito de que a doutrina deturpada é a mais avançada das religiões.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O crescimento do Fascismo no Brasil

Contrariando o clima de otimismo que se instalou nos cada vez mais isolados centros "espíritas", nota-se um terrível crescimento do Fascismo em setores das elites brasileiras. Um crescimento que segue silenciosamente, pois a mídia, mesmo apoiando este tipo de ideologia, não pode assumir publicamente visto o péssimo estigma deixado pelo Fascismo e ideologias similares.

Para quem não sabe, o Fascismo surgiu na Itália e tem como principal figura o ditador Benito Mussolini. Era uma ideologia excludente que enxergava "pureza étnica" na multi-étnica (??!!) "raça" romana. Pretendia eliminar todos aqueles que diferissem ou discordassem das propostas defendidas pelo fascismo. Rivais eram transformados em vilões sanguinários, por mais bondosos e pacifistas que fossem de fato. Bastava discordar de Mussolini & Companhia para ser considerado "perverso" e por isso eliminado da humanidade.

Adaptada para a realidade brasileira, o Fascismo tem dado as suas feias caras sobretudo no Sul e no Sudeste, onde a elite sempre gananciosa e excludente, empenhada em proteger seus privilégios e legitimar seus abusos, predomina. Rio de Janeiro e Curitiba tem sido paraísos perfeitos para a prática dos neofascistas, que destilam seu ódio contra esquerdistas, ateus, nordestinos, pobres, negros, gays, mulheres e tudo que esteja em desacordo com suas convicções particulares.

Os fascistas tem encontrado em redes sociais o seu meio de meter medo e destruir reputações alheias. Auto-rotulados de "homens de bem", "democratas", "imparciais" e outros nomes lindos, não hesitam em querer matar os outros sob a desculpa de "defesa da honra e da moral", alegando estarem se defendendo contra aqueles que consideram sanguinários. Atribuir aos outros os defeitos que possuem, é cacoete muito comum entre os fascistas.

Este preocupante cenário que cresce com rapidez no Brasil contradiz com o dogmatismo equivocado do "Espiritismo" brasileiro que nada tem da ciência que finge possuir. Um país que se prepara para um imenso retrocesso que pode colocar a sociedade nas mesmas condições que estiveram no início do século XX, sem direitos e com qualidade de vida bastante precária. Curiosamente na mesma época em que começa a surgir o maior símbolo da deturpação "espírita", o beato católico Francisco Cândido Xavier, maior responsável pelo imenso estrago feito na doutrina.

Em mais de 100 anos de atividades, nenhuma liderança "espírita" conseguiu estimular um desenvolvimento espiritual de seus seguidores, boa parte integrante da mesma elite que aderiu ao fascismo. Há até uma obra "espírita" fascista, O Partido, escrito pelo "médium-astro" Robson Pinheiro, Apesar de não assumir o rótulo, o conteúdo do livro tem total afinidade com os ideais do Fascismo italiano, adaptados a realidade brasileira.

Isso faz cair por terra o otimismo de lideranças como Divaldo Franco, que alega que nunca estivemos tão altruístas, se referindo ao Assistencialismo, forma de caridade paliativa que acha que uma sopinha aguada e agasalhos rasgados são suficientes para melhorar as vidas de pessoas carentes. Melhorar de fato a vida dos mais carentes é que o "Espiritismo" nunca conseguiu fazer. E o resultado está aí, um país fascista que prepara leis para piorar ainda mais as condições dos cidadãos mais carentes.

domingo, 14 de agosto de 2016

Data Limite e o cenário atual do Brasil

Certa vez, o beato católico Chico Xavier teve um sonho banal, inspirado em suas convicções religiosas. Sonhou que Jesus havia chamado para uma reunião várias lideranças universais e o próprio Xavier para decidir o que fazer diante da ida ao homem à Lua, entendida pelo beato como ameaçadora aos interesses da Terra.

Deslumbrado com o relato de um sonho, um jovem ingênuo, com aparência típica de estudante de seminário católico, conhecido como Geraldo Lemos Neto, resolveu, para tentar promover o beato a profeta, considerar o sonho como uma profecia e a tal reunião, que tem características que lembram um conto de fadas, realidade. 

Desde então, muito trabalho tem sido feito para tentar legitimar a "profecia", já que era bom para os admiradores do beato Chico Xavier, tão beatos quanto ele, promovê-lo a colecionador de qualidades humanas, agregando as de profeta e cientista.

Muito tempo e dinheiro são gastos para explorar e defender esta tese absurda, que nasceu de um sonho tipicamente religioso, com traços típicos de um dogma absurdo. Ele se baseia na tola tese de que Jesus é o governador da Terra e leva em conta a falsa superioridade do beato Xavier, cheio de defeitos e que deturpou a doutrina e defendeu a ditadura militar em sua fase mais sangrenta, justamente quanto muitos conservadores já não apoiavam o autoritário regime militar.

A "profecia" ganhou o nome de "Data Limite" e sua tese alega que a Terra irá evoluir em 2019, com um confuso Brasil governando o mundo com a ajuda do ganancioso EUA. Países espiritualmente evoluídos como os da Escandinávia seriam destruídos. Cientistas estrangeiros viriam para o Brasil, quando na realidade acontece o oposto. Enfim, "Data Limite" é uma "profecia" cheia de erros e totalmente risível. Não seria nada ofensivo chamar de tolos os que apoiam esta tese.

Ainda mais que ela está prestes a ser contestada pelos fatos reais. Estamos quase em 2019 e as circunstâncias observadas no Brasil e no mundo comprovam que os sonho de Xavier não passa de mero sonho, sonhado por um beato católico.

A derrubada de uma presidente sem culpa, por um bando de corruptos comprovados. O governo desastroso interessado em satisfazer interesses de forças retrógradas. O crescimento do Fascismo entre a elite brasileira. A eliminação de direitos essenciais para o povo brasileiro. Como acreditar que um país como este está "se evoluindo e preparado para liderar o mundo"?

Na verdade, "Data Limite" tem duas finalidades: atrair adeptos para a deturpação "espírita" (o Neocatolicismo enrustido praticado no Brasil) e "canonizar" Chico Xavier para que ele seja também "reconhecido" como "cientista" e "profeta", fazendo-o de um ser sobre-humano que colecionava qualidades, varias delas ausentes em sua personalidade, graças a sua nunca assumida precária evolução espiritual. Precária por causa da entoxicação dogmática recebida pelo Catolicismo medieval que Xavier nunca deixou de seguir.

Enquanto isso o Brasil segue rumo ao mais trágico retrocesso. O "Espiritismo" em mais de 100 anos nada fez para impedir isso, negligenciando o estímulo para a evolução intelectual e moral do povo brasileiro, hoje cada vez mais egoísta, burro e odioso.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Suicida não é criminoso

O "Espiritismo" brasileiro condena muito mais o suicídio que o homicídio. É estranho para uma doutrina que se pretende ser caridosa, mas isto é fato. Para os "espíritas", enquanto o homicida é visto como um "justiceiro de vidas passadas", o suicida é alguém que desobedeceu o Gigante Invisível que todos chamam de "Deus".

Só que esta opção mostra ainda mais que o caráter altruístico do "Espiritismo" brasileiro é uma farsa. Entusiastas da Teologia do Sofrimento, que acredita que a prosperidade vem depois da dor, não conseguem entender o sofrimento alheio, preferindo aconselhar o suicida em potencial a suportar sua condição, mesmo que seja a pior das torturas.

Eu respeito suicidas. Se esquecem os "espíritas" que ninguém se mata por diversão. Se alguém decide encerrar a sua vida é porque ela se tornou insuportável. O problema que originou a infeliz decisão se tornou insolúvel. E normalmente suicidas são pessoas que não obtiveram algum tipo de ajuda para resolvê-las.

Metidos a científicos , os "espíritas" se limitam a dizer "você está proibido de se matar". Na tentativa de justificar, preferem fazer como outras religiões e usar o medo: "se você se matar, vai sofrer ainda mais no Vale dos Suicidas". Vale dos Suicidas é um setor do fictício Umbral, nome que dão ao inferno cristão, já que no Brasil o "Espiritismo" nunca passou de um Catolicismo sem batina e reencarnacionista. E católicos adoram meter medo para justificar suas "punições".

Porque os "científicos" "espíritas" não usam a lógica para criar soluções para resolver os problemas de quem quer se matar? Porque acham que é melhor intimidar através do medo? Certamente é bem mais fácil meter medo do que raciocinar para criar uma solução.

Para piorar ainda mais a situação, os "espíritas" consideram o suicídio um crime, e além de abalar a já baixa auto-estima de quem pretende encerrar a sua vida, serve de encorajamento, pois rotulado de criminoso, a pessoa se sente ainda mais inferiorizada e criar a coragem que faltava para cometer a decisão drástica que poderia ser resolvida se recebesse um auxílio mais racional.

O "Espiritismo" brasileiro sempre foi uma farsa. A aversão irracional que eles tem dos suicidas só comprova isto, mostrando que os adeptos do beato católico Chico Xavier, não são de fato altruístas, pois nunca agem para impedir o cometimento do suicídio que tanto reprovam, preferindo encorajá-lo através do medo e da colocação de rótulos ofensivos.