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IMPORTANTE: Este blogue não tem a pretensão de ser um site científico e nem de ser uma fonte para estudos. Apenas lançamos as questões e estimulamos o debate e a análise, servindo apenas para ponto de partida para estudos mais detalhados. Para quem quiser se aprofundar mais, recomendamos a literatura detalhada das obras de Allan Kardec - principalmente "O que é o Espiritismo" e visitar fóruns especializados, que não façam parte da Federação "Espírita" Brasileira.

Os textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores e correspondem ao ponto de vista pessoal de seus responsáveis, sejam ou não resultado de estudos.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Fanatismo pró-Kardec também é mau negócio

Venho notado que está nascendo uma espécie de fanatismo pró-Kardec, em que defende cegamente o que está escrito na codificação como se as obras de Kardec fizessem parte de uma doutrina fechada, fixa, sem observar o contexto em que ele foi criada. Não chega a ser uma religião igrejista, como no caso do fanatismo pró-Chico Xavier, mas é um fanatismo igualmente nocivo que pode dificultar a compreensão real do que acontece no mundo.

O que Kardec quis é criar uma ciência, baseado em pesquisas. Nada de religião igrejista como se vê no "Espiritismo" brasileiro, altamente dogmático e cheio de enxertos, sendo a maioria de enxertos católicos. O que Kardec queria propor é uma ciência que estivesse em modo beta, em constante ampliação e que pudesse ser um ponto de partida para muitos estudos.

E é esse o problema dos fanáticos da codificação. O trabalho de Kardec não é visto por eles como um ponto de partida, mas como uma linha de chegada. É comum alguém dizer: "mas na codificação está  assim", "na codificação está assado", "se  não tá na codificação não interessa", entre outros inúmeros argumentos. 

Mas observo que nem tudo que está na codificação está 100% correto. Há coisas que merecem ser revistas. A própria natureza dos espíritos que participaram das pesquisas (como parceiros de pesquisa e não como "deuses" a "intuir" o codificador) causa uma certa confusão entre o que significa "superior" e "de evolução máxima". Como se um planetinha reles como a Terra pudesse ser visitado constantemente pelos espíritos de máxima evolução, da mesma forma que doutores em PhD estivessem a disposição para ensinar em jardins de infância.

Mas isso não significa que a codificação deva ser descartada. Longe disso! Ela é a base dos estudos. O que vier de novidade deve complementá-la, não contradizê-la. Devemos usar as obras da codificação, ampliando o seu sentido, sem desmentir, mas também sem fechar questões. É sempre usar os textos e confrontar com tudo que observamos de certo e errado, analisando, examinando, contestando, se necessário para que nada fique sem compreensão. A codificação é sim a base fundamental do Espiritismo, mas não é um estudo fechado, necessitando sempre de ampliação.

O que deveria ser observado a respeito do espiritismo de Kardec:
- É uma ciência. E como tal, ele não deve ser fechada, podendo ser analisada e discutida constantemente, já que a medida que aprendemos as coisas, mais coisas aparecem para ser discutidas, num ciclo que demora muito para se acabar.
- O contexto social, político e econômico em que Kardec vivia deve ser levado em conta.
- Não é um trabalho de messianismo: Kardec se interessou pelo tema e resolveu pesquisar. A tese de "enviado de Deus" soa piegas e meio igrejista, além de sugerir um Deus humanizado.
- O próprio Kardec não achava o seu trabalho pronto, se colocando a disposição de alterar a sua obra caso a ciência mostrasse que estivesse errado.
- E como eu disse, é uma fonte de pesquisa e não um tratado constitucional, uma obra fechada que deve ser idolatrada e defendida sem razão.

Cuidado para não sermos fanáticos com a codificação. É um trabalho de estudo e deve ser tratado como tal. Usemos a lógica e o raciocínio para analisar as obras com cuidado e atenção, isentando-nos de qualquer tipo de paixão.

Não cometamos os mesmos erros dos pseudo-espíritas brasileiros, que com seu fanatismo sem limites transformaram o Espiritismo numa igreja cheia de ilusões. Não criemos uma igreja para Allan Kardec. Senão todo o trabalho dele irá por água abaixo e esperaremos outra ciência totalmente diferente atingir o objetivo que com muito custo, Kardec estava tentando atingir.

Analisemos a sua obra com objetividade e razão, sem idolatrar personalidades. Assim poderemos transformar o Espiritismo em uma ciência que estuda tudo aquilo que não conhecemos como matéria, entendendo todas as dimensões que existem ao nosso redor.

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