Muito bajulado, mas nada seguido, Allan Kardec comemoraria a data de hoje em profunda tristeza, pois vê a sua doutrina ser hoje tradicional e frequentemente confundida com uma seita igrejista que nada faz para evoluir a humanidade, se limitando a associar ideias de reencarnação ao mais retrógrado moralismo igrejeiro, soterrando de vez todo o ideal progressista descoberto pelo mestre de Lyon.
Apesar de citado com frequência e de seus bajuladores e deturpadores se auto-rotularem de "kardecistas", Allan Kardec é ainda um grande desconhecido de todos. Sua doutrina não conseguiu sr assimilada além de uma minoria de estudiosos a contestar toda a deturpação praticada pela FEB e por ídolos que falaram e falam em nome dela, como Bezerra de Menezes, Chico Xavier, Divaldo Franco e seus similares.
Infelizmente, o que deveria ser o Espiritismo, uma ciência a estudar a não-matéria, foi reduzida a uma religião cristã igualzinho a tantas, focada na caridade paliativa e no moralismo conservador. Se traveste de "progressista" pegando carona no prestígio do codificador, mas na prática é tão incompetente e retrógrada quanto qualquer seita neo-pentecostal.
Em mais de 130 anos, aquilo que os brasileiros conhecem como "Espiritismo" não trouxe nada de positivo. Serviu mais como um cabide de lideranças a difundir verdadeiras asneiras em palestras de centros, tendo como base a fé cega e não a racionalidade recomendada por Kardec.
Elegeu como seu "maior mestre" um intruso de outra seita, o católico Chico Xavier, que por não entender bulhufas sobre o que é Espiritismo, se sentiu livre para colocar na doutrina um festival de estranhos enxertos oriundos de sua verdadeira fé, a católica, que ele nunca largou.
Resta lamentar que o Espiritismo verdadeiro desaparece aos poucos. O falso, consagrado por Chico Xavier, ainda segue enganando muita gente, embora seus dogmas alucinados fiquem restritos ao meio. Incapaz de ajudar a evolução de seus seguidores, a forma deturpada pela FEB com ajuda do medium mineiro sobrevive como uma mera igreja a entreter almas ingênuas e carentes, ansiosas por alguém que resolva por elas os problemas que recusam a resolver.
Allan Kardec, esquecido em seu país natal, se torna aos poucos esquecido no país que o "acolheu". A sua ciência é complicada demais para ser aceita pelos que o sábio Herculano chamava de "papalvos", gente ingênua que prefere acreditar do que analisar e que por isso segue feliz, enganada por lideranças incompetentes a alimentar ilusões.
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