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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

É irracional a ideia de que Chico Xavier e Allan Kardec sejam a mesma entidade

Lendo em vários textos, notas que desmistificam muitas coisas que levam o Espiritismo a um dogmatismo irresponsavelmente sentimental, é confirmado e exato o fato de que Chico Xavier não é a reencarnação de Allan Kardec. E digo mais. Quem é favorável a essa ideia, age sem raciocínio e com um certo ufanismo materialista.

Quando alguém postou uma enquete sobre o assunto, fiquei surpreendido com o resultado: 60% achavam que Chico era Kardec, contra 40% que não achavam. Assombroso o rumo que o Espiritismo está seguindo no Brasil, caminhando para um dogmatismo que distancia cada vez mais das propostas originais da doutrina.

Mas fatos confirmam o que eu sempre acreditei: que Chico e Kardec são espíritos completamente diferentes, de temperamentos bastante distintos e com objetivos opostos em relação à doutrina. Kardec era um cientista bastante objetivo, que começou cético com a doutrina e acabou por codificá-la só depois de muita análise objetiva e real.

Chico, que na verdade seguia a Religião Católica (se estivesse vivo, Xavier se comoveria com a renúncia do Papa, que na entrevista do Pinga Fogo o médium definiu, com outras palavras como "líder espiritual de toda a humanidade") e nunca estudou de fato o Espiritismo, tem o predomínio da emoção, era totalmente submisso a seu espírito obsessor, Emmanuel, pecou por estar submisso a FEB (Federação Espírita Brasileira), entidade que tentou se desviar das propostas originais da doutrina, ao aderir de cabeça ao Roustainguismo, pseudo-doutrina que tenta associar alguns dogmas de outras crenças ao espiritismo, lançando mão de muitas contradições e absurdos, escrevendo livros com ideias sem pé nem cabeça. Xavier, inclusive cedeu sem hesitar e sem impor condições, os direitos autoriais à FEB, coisa que Kardec jamais faria.

Ufanismo favorece crença no dogma da "entidade única"

É fácil notar porque é confortável a crença no dogma absurdo da entidade única "Chico-Kardec", para o povo brasileiro. E o motivo está no ufanismo tão costumeiro do brasileiro. Um ufanismo que, para um bom entendedor, é claramente materialista, já que divisões de países é algo exclusivamente material e feito por seres humanos, muitas vezes após a conclusão de guerras.

Para os defensores da tese da "entidade única", era bom que "Kardec" tenha escolhido o Brasil para se reencarnar, já que reforça o mito de "povo escolhido", que perambula nas mentes ingênuas da maioria dos brasileiros que não se cansam de ver falsas provas de que somos um povo "privilegiado". Isso somado a absurda piada de que "Deus é brasileiro".

Os brasileiros se acostumaram a acreditar que a nossa nação é uma nação privilegiada. Pacífica (ou passiva?), sem grandes cataclismas naturais, com um povo de (falsa) boa índole e com um território imenso e de grande variedade, há uma mitologia enorme que classifica o Brasil como um "paraíso mundial".

E esse mito está sendo reforçado nos últimos 20 anos, com a chegada de inúmeras empresas e serviços e com a transformação do Brasil numa espécie de centro do entretenimento mundial. Dois fatos que na verdade dão uma noção de falsa prosperidade, já que quem está por dentro do que acontece nos bastidores da economia e política de vários setores (cultural, inclusive), sabe que as coisas não são tão positivas assim e servem para manter-nos irremediavelmente presos nas injustiças que afetam nossa sociedade há séculos.

Mas como a maioria não está nem aí para os bastidores e só está interessada na pomposa e maquiada aparência da prosperidade falsificada, o mito de "paraíso mundial" (que é defendido pelo Roustainguismo adotado pela FEB), a defesa deste mito muitas vezes chega a ser apaixonada e até histérica, gerando até discussões bastante agressivas por parte dos que defendem o mito.

E a ideia do "Chico-Kardec" tem muito a ver com isso, pois coloca a nossa sociedade como a "preferida" da espiritualidade, como se confirmasse as falaciosas "revelações do "anjo" Ismael, patrono espiritual do Roustainguismo, que na verdade não passa de uma complexa obra de zombaria de entidades oportunistas, mas não esclarecidas.

O patriotismo é um sentimento puramente material, pois a espiritualidade não divide países (cujas divisões territoriais são relativas e mutáveis), além da possibilidade de espíritos reencarnarem em diversas nações, dependendo das provas que terão que encarar. Pátria mesmo é o plano espiritual, nos sua mais variadas dimensões. Aliás, ninguém é brasileiro, está brasileiro.

E não existe povo "preferido" pois isso é atribuir defeito de "escolha paternal" a Deus, a máxima perfeição. Deus não escolhe ninguém e cada um passa por certas experiências por consequencia da reação de causa-efeito. Ou seja, "colhe" o que "plantou" antes.

Sem contar que em evolução espiritual, Kardec está mil anos na frente do ingênuo Xavier (pieguice, submissão e ingenuidade são características de inferioridade - o que também anula a tese da "semi-divindade" de Xavier, defendida pelos seus admiradores). Para que Xavier tenha sido Kardec, teria que ter acontecido um retrocesso espiritual, algo que a doutrina provou ser impossível.

E Chico Xavier definitivamente não é Kardec. Extremamente opostos, nunca poderiam ser a mesma entidade. O mineiro nunca entendeu os propósitos da doutrina, distorcendo informações e alimentando ilusões, sob as "orientações" autoritárias de um espírito obsessor. Nada a ver com o que originalmente o mestre de Lion fez quando decidiu fundar a doutrina.

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