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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Chico Xavier participando de fraude de materialização

NOSSO COMENTÁRIO: Não se pode afirmar com certeza se Xavier participou na criação das fraudes ou participou ingenuamente. Mas o que se pode afirmar é que ele enganou, embora não seja dolosamente, mar com certeza foi culposamente, no episódio aqui narrado, pois as montagens que simulavam a suposta materialização são extremamente grotescas. 

Os defensores de Xavier podem até se espernear e gritar histericamente. Mas não possuem argumentos lógicos e sensatos que desmintam os truques claramente e grosseiramente falsificados deste evento registrado nestas imagens.

Xavier era um médium comprovado, mas não um médium de 24 horas. Até porque não possuía força física e saúde para isso. Creio que em metade de supostos eventos de mediunidade estão manifestações anímicas, delírios e claro, fraudes, estas possivelmente estimuladas pela FEB, se levarmos em conta o bom caratismo do ingênuo médium.

Fraude comprovada no livro “Materializações Luminosas”, do delegado de polícia paulista Rafael Américo Ranieri e presidente do centro Grupo Espírita André Luís

Blogue Obras psicografadas

Neste artigo comprovamos a existência de fraude em sessões de materialização ocorridas em 1964 com o médium Pedro Machado, mas fica claro que outros médiuns também estavam envolvidos e se valeram do mesmo artifício, já que a forma com que as materializações se apresentam é idêntica. As fotos que comprovam a fraude foram “obtidas em lugares fidedignos conferidas pelo autor”, que, no caso, é Ranieri. Ranieri, além de delegado, era médium e muito amigo de Chico Xavier, bem como dos outros médiuns de materialização.

Ranieri conheceu Chico Xavier por volta de 1946[1]. Há uma pequena biografia disponível aqui, a qual reproduzo integralmente:

Nasceu em Belo Horizonte em Minas Gerais em 11 de Outubro de 1919 [2] e desencarnou em 28 de Maio de 1989 na cidade de Guaratinguetá em São Paulo.

Em 1945, com a perda de sua primeira filha, Ranieri ingressou no Espiritismo, onde conheceu dentre outros Francisco Cândido Xavier, que lhe auxiliou muito.

Formou-se me Direito pela Universidade de Minas Gerais em 1946 e psicografou seu primeiro livro.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1948 e participou da criação do “Movimento da fraternidade” que se consolidou na OSCAL – Organização Social Cristã André Luiz – da qual foi co-fundador.

Em 1950 foi nomeado delegado de Polícia de Águas da Prata em São Paulo e mais tarde tornou-se Delegado Regional de Polícia de Guaratinguetá.

Pelo seu espírito generoso e fraterno se tornou Prefeito de Guaratinguetá entre 1969 e 1972 e foi eleito Deputado Estadual em 1974.

Desiludido, com a política, não se candidatou à reeleição, retornando a carreira policial, em que se aposentou anos depois.

Ao longo de sua vida fundou e ajudou a fundar inúmeros Grupos de Fraternidade, além da Editora da Fraternidade, que continua reeditando muitas de suas obras. Articulista e palestrante escreveu 27 (vinte e sete) obras, algumas ainda inéditas.

Em seu livro “Materializações Luminosas”, é assim que ele descreve seu primeiro contato com o fenômeno da materialização:

Em fevereiro de 1948, em Minas Gerais, na residência do Dr. Rômulo Joviano, alto funcionário do Estado, em Pedro Leopoldo, ficou combinada uma reunião de materialização. Estariam presentes o médium Francisco Cândido Xavier, como um dos assistentes, e o médium Francisco Lins Peixoto ou Peixotinho, como é conhecido, e que serviria de médium de materialização. Acompanhei o médium Peixotinho desde Belo Horizonte até Pedro Leopoldo. Lá, ficamos hospedados no Hotel Vitória, no mesmo quarto, juntamente com mais as seguintes pessoas: Jair Soares, Inácio Domingos da Silva e João Gonçalves. Todos no mesmo quarto.

Quando nos recolhemos, na primeira noite de estada, o Peixotinho, que é asmático e fica às vezes sufocado, pediu que fizéssemos uma prece para que ele pudesse ser tratado pelos espíritos.

Feita a prece, aproximou-se um espírito que colocou uma faixa luminosa sobre o peito e as costas do Peixotinho, o qual, deitado, gemia alto. Todos nós vimos à faixa Luminosa, de cor verde-clara, colocada sobre o peito. A cama do médium estava colocada entre duas outras, de solteiros, e o Sr. Jair Soares de um lado e Inácio da Silva, do outro, assistiam ao fenômeno a uma distância de cinqüenta a sessenta centímetros mais ou menos. Eu estava colocado a uma distância de dois a dois metros e meio. Havíamos chegado ao entardecer e não nos separamos um só instante, de modo que não houve tempo para qualquer preparação da parte do médium.

*

A reunião marcada para o sábado realizou-se. Como preparação, haviam os espíritos determinado através da psicografia, pelo Peixotinho, que não comêssemos carne nem bebêssemos ou fumássemos no dia da reunião.

Os cômodos para realização dos trabalhos foram indicados pelo Dr. Rômulo Joviano: um quarto menor que serviria de cabina e uma sala grande, ligada, que seria ocupada pelos assistentes. Em número talvez superior a quinze pessoas, assistimos ao desenrolar dos trabalhos.

Diversos espíritos apresentaram-se materializados. Todavia se apresentaram totalmente iluminados, por luz que saía de dentro para fora, tornando o ambiente antes às escuras, num suave crepúsculo. A impressão exata que se tinha era de que um globo de luz fluorescente em forma humana caminhava pela sala.

Sucederam-se as aparições que vinham conversar com os presentes no recinto. A chegada dos espíritos na cabina era assinalada por clarões que lembram os relâmpagos de cor verde-roxo-azulada.

O médium Peixotinho tornara-se meu conhecido em Belo Horizonte dois ou três dias antes da reunião; não conhecia minha família nem sabia se eu possuía ou não filhos. Não viu nenhum retrato de filhos meus. Finalmente, não tratamos desse assunto.

No entanto, entre os espíritos que se materializaram em forma luminosa, apresentou-se o espírito de minha filha Heleninha, que com dois anos de idade morrera no ano de 1945.

Na mesma estatura, em voz semelhante, dirigiu-se a mim dizendo algumas palavras de saudação. Deixou-me uma flor como lembrança, ainda fresca e cheia de orvalho. Embora pareça inconcebível, não me emocionei presença dela e pude dirigir-lhe calmamente a palavra. Era realmente ela, sem deixar dúvida alguma.

José Grosso, outro espírito que se materializou, atirou numerosas pedras sobre os assistentes alegremente, em plena escuridão Atirava-as e gritava o nome do destinatário. A pedra caía aos pés da pessoa indicada sem contudo atingi-la ou molestá-la.

E quase certo que nenhum homem seria capaz de atirar dez ou doze pedras no escuro, sobre uma assistência numerosa para o tamanho do recinto, e com a violência com que foram atiradas sem ferir alguém.

Além disso, os espíritos materializados improvisaram quadras e pronunciaram discursos sérios de convocação ao homem do mundo atual.

Coisa maravilhosa era ver como os espíritos se dirigiam com imenso carinho ao Chico Xavier, dando-lhe a importância que deve ter perante o mundo invisível é esqueciam-se de outras personalidades que estavam no recinto, portadoras dos títulos universitários concedidos pelos homens. Prova belíssima de que o homem vale realmente como figura moral e espiritual acima de todas as vaidades humanas.

Esse foi o primeiro contacto que tivemos com fenômenos de materialização.

A partir daí o autor passa a descrever diversos fenômenos de materialização que ele presenciou principalmente com os médiuns Peixotinho e Fabio Machado. Fabio havia sido recomendado pelo próprio Chico Xavier. Vejamos um exemplo de materialização com este médium recomendado pelo Chico:


FOTOGRAFIA ESPECIAL Foto nº 27, na qual se vê o médium Fábio Machado na cabina, estando o ectoplasma jorrando de sua boca, ouvidos e nariz. Na mesinha, vidros de remédios para os quais se encaminha um cordão ectoplasmático. Ao alto, massa grande de ectoplasma. Enquanto isso, na assistência o espírito de Uemoto desenha o retrato de Nina Arueira.

Não é muito convincente, não é? E Chico endossou médiuns claramente fraudulentos, como o Antônio Alves Feitosa e Otília Diogo, esta última tendo sido pega em fraude em 1970:


Ectoplasma saindo da boca do médium Antônio Alves Feitosa e formando a aparição de Irmã Josefa, em Uberaba, 1965, na presença de Chico Xavier. (Fonte: link)

Ranieri logo se tornou presidente do Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, aparentemente no ano de 1948. Ele diz:

Em 1948 eu me transferi definitivamente para o Rio de Janeiro e fui fazer parte do Grupo Espírita André Luís. (Segunda Parte, Cap. XI)

(…)

Por uma dessas circunstâncias aparentemente inexplicáveis fui elevado ao pasto de presidente do Grupo Espírita André Luís, sociedade onde trabalha o Peixotinho. (…) Durante muito tempo pude observar e fiscalizar o Grupo André Luís. Como seu presidente tinha oportunidade de ver tudo, fiscalizar tudo, controlar tudo. Não havia pois desculpas nem subterfúgios capazes de me enganarem. Eu não era pois um simples assistente, mas pessoa que dirigia a parte material dos trabalhos. Se alguma coisa houvesse eu deveria ser o primeiro, a saber. No entanto, jamais encontrei um indício sequer que me levasse à suposição de que tudo aquilo era fraude. (Primeira Parte, Cap. III)

Fica claro que, se houvesse fraude, Ranieri teria que ser cúmplice.

Na última parte, no capítulo IX do livro, acrescido após a morte do autor – e sem qualquer explicação sobre como a editora conseguiu tais fotos – encontramos diversas fotos de materialização, muitas sem datas e sem o local, mas presume-se que todas sejam de 1964. Nesse capítulo é dito: “Fotos inéditas obtidas em lugares fidedignos conferidas pelo autor”.

Baseado nessa informação da editora, analisemos essas fotos do presidente Kennedy materializado:



Ao lado, dois espíritos sendo Kennedy e Rose. Rose contou detalhe de sua última existência na Terra. Casada, sofreu muito com o marido que bebia e trocava o lar pelas orgias noturnas. Chegava a maltratá-la fisica­mente e, certa madrugada, ao regressar da boêmia, empurrou-a do alto da escada pela qual rolou e na queda quebrou a coluna vertebral, motivo porque assim aparece. Muito bonita, foi irmã de Kennedy no passado. Ela que o amparou no Além e também o conduziu à sessão. Espírito bom e fraternal. Disse que vai se reencarnar na família Kennedy com a qual se acha ligada há séculos.



Um observador assistindo às evoluções do fantasma de Kennedy no ambiente, tendo o Presidente americano se dirigido em inglês. Falou pouco e desapareceu aos olhos do observador.




Havia pouco tempo que Kennedy desencarnara e eis que certa vez ele apareceu entre nós, sorrindo como habitualmente o fazia na Terra. Duvidaram. Aliás, no Grupo havia muitos Tomés que queriam "pegar para crer". Tanto que mandaram fazer uma cabine na qual me trancaram com corrente e cadeado e lá me introduziam de pijama, lacrando-se a porta. Eu me submetia a isso sem a mínima revolta por duvidarem da minha ombridade. Os fenômenos eram tão patentes, tão visíveis e materiais que os confundiam. Muitos ainda não tinham conhecimentos mais profundos da fenomenologia. Apenas lições superficiais. Por isso o motivo de duvidarem não atingiam o médium, porque "para crer não basta ver, é preciso antes do tudo compreender", conforme nos diz Allan Kardec. E ninguém pode compreender sem estudar. Kennedy, portanto, ali estava, com cura­tivo na fronte, andando e falando monossilabicamente coisas ininteligí­veis (Médium Pedro Machado).

Notem que ao dizer “Havia pouco tempo que Kennedy desencarnara” isso nos permite situar a sessão no ano de 1964, já que Kennedy morreu em 22 de novembro de 1963. Já o local não é possível dizer, pois no livro citam-se o Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, o Grupo Irmã Scheilla, em Belo Horizonte, e o Centro Espírita Tiago Maior, na Praça do Cruzeiro, também em Belo Horizonte. Mas o importante é que o livro afirma que os centros são fidedignos e que foi tudo conferido pelo autor.

O rosto de Kennedy claramente parece tirado de uma revista. E foi exatamente isso que aconteceu! O internauta Jorge C. C., assíduo frequentador do blog, descobriu a revista em que o rosto foi tirado e que fez um vídeo mostrando a perfeita sobreposição das imagens. O rosto de Kennedy foi extraído da revista Fatos e Fotos de 7 de dezembro de 1963.



O vídeo com a demonstração da fraude pode ser visto aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=FwUzGQcBGoM&feature=player_

Abaixo segue uma montagem feita pelo fotógrafo Paulo Marques que também comprova a fraude.



Como a editora diz que foi tudo conferido pelo autor, ou Ranieri era fraudador ou muito incompetente. No livro há outras fotos muito duvidosas, como essa, de Herculano Pires:



O médium ainda é Pedro Machado. Notem que Herculano se materializa de óculos! Parece que ele não recuperou a visão no mundo espiritual…

E o que dizer das materializações que Chico autenticou? Por exemplo, essa foto:



A sétima fotografia, finalmente, tirada em Pedro Leopoldo, é a fotografia do espírito materializado de UMA AMIGA ESPIRITUAL DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER. Assim nos pediu o Chico que colocássemos em nosso livro. Nota-se nela a impressionante perfeição fisionômica e a marcação forte dos traços faciais. Envolvendo-a, o ectoplasma apresenta maravilhosa expressão de leveza sobre a cabeça. Essa fotografia foi batida em 1954, no quarto de Chico Xavier. Em todas as fotografias, o ectoplasma se apresenta saindo da boca, nariz e ouvidos do médium Peixotinho, deitado na cama: Infelizmente, até o momento, não chegaram às nossas mãos as atas dessas reuniões, o que daria ao nosso trabalho maior amplitude. Encontra-se em poder de Henrique Ferraz Filho, que ainda não no-las remeteu.

A “amiga espiritual” de Chico é Meimei. Essa revelação consta no livro “Recordações de Chico Xavier”, de Rafael Américo Ranieri, no tópico 54, item “Materializações”, na página 149. A fotografia foi batida por Henrique Lomba Ferraz, em Pedro Leopoldo, no Centro Espírita Luiz Gonzaga. Meimei foi mulher de Arnaldo Rocha. Este link oferece uma biografia dela, a qual reproduzo um mínimo:

Irma de Castro – seu nome de batismo – foi um exemplo de resignação ante a dor, que lhe ceifou todos os prazeres que a vida poderia permitir a uma jovem cheia de sonhos e de esperanças. Meimei nasceu em 22 de outubro de 1922, na cidade de Mateus Leme – MG e transferiu residência para Belo Horizonte em 1934, onde conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 anos de idade, tornando-se então, Irma de Castro Rocha. O casamento durou apenas dois anos, pois veio a falecer com 24 anos de idade, no dia 01 de Outubro de 1946, na cidade de Belo Horizonte-MG, por complicações generalizadas devidas a uma nefrite crônica.

Não consegui achar fotos de Meimei que se encaixassem com a do espírito, mas é certo que há várias fotos não publicadas. Além disso, podemos dizer que o testemunho de Chico não é prova alguma de autenticidade, uma vez que o próprio Chico definitivamente fraudou sessões de materialização. A materialização do espírito “Emmanuel” nas vestes do senador romano Públio Lêntulo é claramente fraudulenta por vários motivos, mas em especial porque tal senador jamais existiu na época de Cristo. Os próprios relatos das sessões de materialização são contraditórios, observem.

Notem que o próprio Arnaldo Rocha se contradiz, em um momento dizendo que Emmanuel tinha 1,90 metros, em outro dizendo que tinha 1,80. As próprias palavras de Emmanuel são bem diferentes:



Assim, entre os fraudadores, podemos claramente incluir Chico Xavier, Pedro Machado, Antônio Alves Feitosa, Otília Diogo e Ranieri. E podem apostar que há muitos outros pegos em fraude mas que membros da elite espírita abafaram o caso querendo evitar escândalos. Espero poder relatar um desses casos em breve.

Ficam aqui meus mais sinceros agradecimentos ao Jorge C.C. e ao Paulo Marques por terem ajudado a desvendar mais uma fraude!

[1] Livro “Recordações de Chico Xavier”, Editora Fraternidade, 3ª edição, 1991, pág. 17

[2] No livro “Materializações Luminosas”, a editora colocou sua data de nascimento como 1920.

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