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domingo, 5 de março de 2017

Direitismo "Espírita" e a negação da caridade kardeciana

Tanto o Espiritismo Original como o "Espiritismo" praticado no Brasil, de linha roustainguista, tem como base ideológica a caridade, mesmo a praticada de forma precária, como vemos nos centros e instituições ligadas à doutrina ou à sua versão deturpada. Se baseiam na famosa frase de Kardec: "fora da caridade não há salvação". Mas algo começa a ocorrer que contradiz de modo evidente, mesmo de forma discreta, esta frase.

Mesmo sem declarar, o "Espiritismo" e alguns espíritas verdadeiros espalhados pelas redes sociais assumiram claramente uma postura direitista, anti-caridosa e que no final acaba por legitimar a ganância e a exclusividade de privilégios. Interpretam mal o capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo, do mesmo Kardec, que fala das desigualdades das riquezas, tratando o que Kardec se referia como um problema, como se fosse algo normal e necessário.

É tradicional que direitistas não enxergam os seres humanos como uma mesma espécie. Gostam de dividir a sociedade com base em estereótipos e declara que a felicidade e o bem estar sejam exclusivos de classes definidas como supostamente merecedoras de tais privilégios. 

Classes que não correspondem aos bons estereótipos são descartadas, ou merecedoras de punições e penas de  morte ou na melhor das hipóteses, tratadas como bichinhos de estimação, como fazem muitas instituições de caridade baseadas não no altruísmo, mas no moralismo das seitas cristãs.

A crise capitalista que inevitavelmente aconteceria de qualquer forma, devido as características gananciosas do sistema, tem estimulado uma onda de egoísmo e proteção desesperada dos interesses particulares, que são alimentados através de boatos que reforçam os preconceitos sociais que infelizmente ainda não desapareceram na face da Terra. Cada um se trata de defender interesses próprios ou de classes simpatizadas, em detrimento daqueles que não correspondem às suas expectativas, fortalecendo ainda mais a ganância e o sadismo.

Este pensamento cruel que protege privilegiados e condena os menos favorecidos tem sido bem dominante nos meios religiosos. Curiosamente, estes meios utilizam a fama tradicional, mas equivocada, de bondosos apenas como escudo para se protegerem contra inevitáveis críticas, mesmo as mais sensatas. Religiosos não praticam caridade por amor e sim por interesses, por acharam que "fazendo o bem" ganharão as supostas "riquezas do céu". Se é que no céu existe riqueza.

A caridade mencionada por Kardec nada tem a ver com a caridade apoiada por direitistas, já praticada por ONGs e instituições de caridade. A verdadeira caridade elimina problemas, tira pobres da pobreza, doentes da doença e necessitados da necessidade. Elimina as condições desagradáveis do sofredor e os insere em um contexto de dignidade permanente. Trocando em miúdos, é tirar o sofredor do sofrimento ao invés de fazê-lo suportar a condição degradante, como tem sido feito.

O pensamento egoístico que cristãos tem demonstrado vai contra até o que pensava Jesus, pois ele mesmo não julgava, não fazia distinções, ajudando seja quem for e vendo naqueles que erram (incluindo bandidos e pessoas moralmente falhas) uma oportunidade de se redimir e recomeçar. Algo que nenhum dos cristãos de direita está disposto a fazer.

O direitismo religioso, presente também em espíritas e "espíritas" (Chico Xavier era assumidamente de direita, o que muitos se esquecem, e sua caridade era bem precária e ineficaz) entra em contradição séria com a doutrina originalmente codificada e representa que muitos supostamente segue a doutrina somente como capa para obter respeito e prestígio social e angariar os benefícios que resultam disso. 

Negam a doutrina que supostamente professam e agindo de forma sádica e gananciosa contra aqueles que não lhes assemelham, dão importante contribuição para que a humanidade permaneça no atraso e que a evolução terrestre seja cada vez mais adiada, continuando a favorecer os mesmas elites gananciosas favorecidas há séculos.

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