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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Espíritas de direita: uma contradição

Sabemos aqui, neste blogue, que o Espiritismo praticado no Brasil é altamente deturpado. Mas o que não se sabe é que até entre os combatentes das deturpações praticadas pela FEB e suas dissidências também deturparam a doutrina, de forma totalmente diferente dos devotos da tríade Bezerra-Chico-Divaldo. São os espíritas de direita, que defendem o Capitalismo.

Esses espíritas, apesar de lutarem a favor da compreensão do Espiritismo original, peca por defender, em assuntos políticos, o Capitalismo e os ideais de direita. Para justificar suas escolhas se prendem na - má - interpretação de um capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo, denominado Desigualdade das Riquezas.

Acreditam os espíritas de direita que Kardec estava defendendo o Capitalismo quando escreveu o tal capítulo, dando a entender que a desigualdade era necessária para a evolução dos seres humanos, estimulando os mais pobres a desenvolverem suas aptidões na tentativa de aumentar sua renda.

Mas reparem em um detalhe. Os espíritas capitalistas se igualam aos espiritólicos ao classificar o sofrimento (no caso, a pobreza) em si como alavanca da evolução espiritual. Tanto espíritas de direita quanto espiritólicos se esquecem que não é a dor que faz a evolução e sim a tentativa de sair dessa dor. Ou seja, a desigualdade das riquezas é um problema e sair de seus malefícios é que ajuda na evolução.

Sabemos que todas as invenções surgiram da tentativa de eliminar o sofrimento. Isso não significa que o sofrimento seja bom. pelo contrário, se há a necessidade de sair dele é porque o sofrimento não é uma coisa boa. Portanto, a má distribuição de renda, considerada justa e positiva pelos ideólogos de direita é um malefício, que tende a desaparecer a medida que a sociedade vai evoluindo. É espíritas de direita, lhes anunciou uma novidade: O Capitalismo é coisa de sociedades ATRASADAS. 

Kardec mesmo deu a entender que segue mais ideias de esquerda. Até porque não há  como falar de caridade com má distribuição de renda. Não dá para falar em caridade se o bem estar e a felicidade são guardadas para uma minoria de sortudos. Capitalismo sempre foi o oposto de caridade e se vocês acham que as migalhas que os ricos dão aos pobres e esse assistencialismo tolo que vemos na TV com crianças dançando ou jogando bola, são caridade, sinceramente muita gente não tem noção do que é bem estar coletivo.

Houve até um livro escrito por Leon Denis (que deturpou muito os propósitos da doutrina, mas cometeu alguns acertos), Espiritismo e Socialismo, que mesmo imperfeito, pelo menos teve a iniciativa de provar a coerência entre as duas filosofias, coerência negada pelos espíritas de direita, muito mais interessados a defender o bem estar de uma única classe.

Sinceramente, o Espiritismo de direita é uma contradição. Se fora da caridade não há salvação, então porque apenas uma classe social, a dos ricos, merece ser "salva"? Pensar assim não é Espiritismo, e sim Calvinismo e aconselho esses direitistas a correrem para a igreja calvinista mais próxima de cada uma de suas mansões. Aí encontraram o "conforto" necessário que os mantém longe das classes sociais menos abastadas.

O bem estar deve ser pleno a todos. Senão, não existe caridade.

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