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domingo, 16 de novembro de 2014

A imunidade/impunidade de Chico Xavier

Nossa sociedade, incapaz de resolver as coisas por conta própria, é tão carente de boas lideranças que o primeiro que corresponda a imagem estereotipada de bondade é logo tomado como líder, endeusado e blindado de qualquer tipo de crítica ou condenação. Não é exagero dizer que, se para os muçulmanos, Deus é Alá, para certos crentes é Jeová, para espiritólicos e alguns espíritas, Deus é Chico Xavier.

Nunca houve para qualquer outra divindade um cuidado tão excessivo como o que há para o médium mineiro. Exemplo estereotipado de bondade, Xavier tem privilégios que nenhuma outra divindade possui. Inclusive o de nunca responder por suas faltas. Trocando em miúdos, o que conhecemos em outros meios como impunidade.

Xavier foi o único ser humano (ou divindade, como queiram), a ser completamente isento de qualquer culpa pelos muitos erros que cometeu. E mais: se por um lado, Xavier não pode ser condenado e nem criticado pelos erros reais que cometeu, ele pode (e deve) obter os créditos pelos acertos que NÃO cometeu. Foi isso mesmo que você leu.

Totalmente divinizado graças a uma caridade frouxa e paliativa e às mensagens banais de auto-ajuda tratadas como "lições de vida", o médium mineiro, anos após sua morte ainda continua influente e totalmente divinizado, como exemplo máximo de bondade e de sabedoria (??!!), mesmo com livros cheios de erros. Mas o que importa é a fé, não é? Se uma divindade comete erros, não são erros, são "acertos". Esse é o perigo de divinizar pessoas.

Xavier foi um erro que se consagrou. Deixaram a erva daninha crescer, se alimentar e se reproduzir. O endeusado e hiperestimado Xavier foi de fato um misto de tábua Ouija com aguinha com açúcar, mas graças a carência humana e a confiança cega em líderes religiosos, tidos como "altamente virtuosos" (sic), foi promovido a tudo que se conhece de bom: filantropo, filósofo, profeta, líder e até divindade.

Lendas e mais lendas foram escritas para transformar Xavier em um predestinado. Até mesmo superpoderes surreais lhe foram embutidos para que pudesse ser considerado sobre-humano. Sonhos inócuos, como os que qualquer mortal sonha, são transformados em profecias, quando são atribuídos a Xavier. Xavier tem poderes, superpoderes e tem o exclusivo direito de não assumir os erros que cometeu, normalmente entregues a terceiros. Xavier errou? Outra pessoa que responda pelo erro.

Infelizmente quando seu nome é citado, vem os seus cães de guarda, ferozes a defender o "pobre" médium. Fale apenas bem de Xavier, e em caso contrário, ouvirá o rosnar de seus admiradores, como a defender a própria mãe que os pariu. Chico Xavier é tão privilegiado que não somente ele foi informalmente canonizado, como seu nome, apenas seu nome também o foi. O próprio nome do médium tem que ser pronunciado com cuidado, sob o risco de sacudir um fanático e violento vespeiro.

É muito triste saber isso. Tenho a absoluta certeza que a blindagem dada a "divindade" de Chico Xavier é um dos fatores responsáveis pelo atraso espiritual do Brasil. Ainda mais em uma sociedade acaba de aplaudir a embriaguez de uma atriz (que curiosamente interpretou a mãe do divinal Xavier - Nossa Senhora? - em um filme biográfico do médium-estrela), como se a embriaguez fosse sinal de humildade. 

Ainda estramos bem primitivos. E não serão frases de conselhos óbvios e banais do divinizado médium que ajudarão a humanidade a se melhorar. As frases e livros de Xavier não passam de pura literatura de auto-ajuda criada apenas para entreter e fazer os leitores a fingirem que estão se evoluindo espiritualmente, sem mexer um só pé para sair da Zona de Conforto.

A evolução da humanidade brasileira foi adiada para milênios mais tarde. Infelizmente.

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