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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O mito da bondade de Chico Xavier

Chico Xavier, católico fervoroso transformado de maneira artificial em "ícone máximo do 'Espiritismo'", para muitos simboliza a bondade máxima. Mas será mesmo que ele pode ser considerado como tal visto que a sua influência nada fez para melhorar as condições de vida da coletividade, servindo mais como "água com açúcar" para uns e fuga dos problemas para outros?

Como ícone religioso (e o Espiritismo não é uma religião, do contrário que a maioria defende), Xavier era fé pura e quase nenhuma razão. Não se preocupou em estudar a doutrina, apenas acrescentando a crença na reencarnação aos dogmas católicos que sempre o guiaram até a morte de seu corpo. De acordo com a lei de atração, acabou atraindo para si, espíritos católicos, de tradição jesuíta, para moldar aquilo que infelizmente acabou sendo conhecido como "Espiritismo" no Brasil, desviando completamente e radicalmente da proposta original codificada por Allan Kardec, hoje transformado apenas em uma carimbo de autenticidade para os erros que se solidificaram na (in) compreensão doutrinária.

Xavier era bom, sim. Mas aquela bondade comum, aquela que se espera de um cidadão comum. O médium mineiro de origem humilde nunca quis fazer mal (embora fez, como veremos mais adiante), mas a sua bondade foi muito superestimada, na tentativa de transformá-lo numa espécie de semideus dos "espíritas" brasileiros.

A sua bondade era paliativa. Se limitava ao assistencialismo e a divulgação de mensagens do além. Quanto a isso, um detalhe: Xavier recebia as mensagens sem checar de fato a autoria, já que espíritos de todos os tipos estão ansiosos para se comunicar, sobretudo os mais inferiores que, dependendo das intenções podem assumir a personalidade de um falecido evocado, sem nada ter a ver com ele. Nisso há grande possibilidade de prejuízo. Lembrando que apesar da facilidade de contato com o além, Xavier nunca estudou a mediunidade e foi usado - com consentimento próprio - para aumentar a popularidade desta versão deturpada da doutrina.

Graças a esse consentimento, Xavier acabou fazendo mais mal do que bem, impedindo a evolução espiritual de seus seguidores, espalhando conceitos equivocados e priorizando a fé cega e a pieguice que em nada fizeram a humanidade se progredir.

Como o "homem mais bondoso do mundo" não teve condições de mudar radicalmente a humanidade para que problemas, injustiças e preconceitos pudessem desaparecer, pelo menos da sociedade brasileira? Simples: o "homem bondoso" não era tão bondoso assim. É apenas bonzinho, exemplo prático do provérbio que diz que quem é bom demais vira boboca.

Faltou a Xavier uma racionalidade maior e uma coragem de recusar qualquer tipo de manobra. Faltou ousadia, senso crítico e vontade de mudança. Xavier, na tentativa de agradar a todos, agradou principalmente aos mal intencionados (entendendo de maneira errada o conselho de amar os inimigos), que o transformaram em semideus e difundiram as crenças pessoais do ingênuo médium em "lei incontestavelmente divina", como se Xavier estivesse a serviço dos espíritos superiores. E não estava.

Infelizmente o mito construído em torno do pobre médium foi tão forte e arraigado que até os críticos do Espiritolicismo ainda o tem como exemplo de"bondade máxima", talvez na comoção do pobre velhinho que morreu doente e pobre (na verdade assaltado pela FEB). lembrando que o fato de ser pobre não dá mérito nenhum a Xavier, pois a verdadeira bondade não está em recusar ter bens (é preciso se sustentar com o mínimo de conforto necessário). Bondade é não querer ser rico. Mas nessa sociedade confusa, Xavier (que teve menos que o necessário) é tão bondoso quanto qualquer Grande Empresário (que teme mais do que o necessário), de fato ambos errados em extremos opostos, mais igualmente equivocados.

Além disso tudo, Xavier parecia que estava tendo consciência no que estava se metendo, pois há indícios de participação dele em fraudes de materialização e de psicografias. Apesar de médium verdadeiro e comprovado, ele não era médium 24 horas por dia e em alguns momentos (por ordens de espíritos, da FEB ou de quem estivesse interessado) poderia forjar algum ato "sobrenatural" para tentar reforçar o mito construído ao redor dele. Xavier era honesto, mas poderia ter participado achando que era uma brincadeira. lembrando que o médium tinha person alidade submissa e era facilmente manipulável.

O mito da bondade de Xavier é mais um dos mitos criados para transformar o médium (que não queria ser líder), em símbolo máximo daquilo que se convencionou a chamar de "Espiritismo" em nosso país. Fatos mostram que existiram e existem muitas pessoas muito mais bondosas do que Chico Xavier, cujos atos de bondade mostram resultados bem mais relevantes. Principalmente fora da religião, nos meios intelectuais, se observa mais a prática da verdadeira bondade, não paliativa e muito mais transformadora.

Pois se o que dizem de Chico Xavier fosse verdade, pelo menos Uberaba, cidade onde viveu a maior parte da vida, teria a melhor qualidade de vida de todo o planeta, sem problemas, sem injustiças, com renda bem distribuída e um senso crítico capaz da recusar qualquer bobagem piegas que trave o entendimento de tudo que nos rodeia.

Muito provavelmente, Xavier, do contrário que seus admiradores acreditam, já reencarnou para tentar desenvolver o intelecto. Vai ser colocado em situações onde será desafiado a não ser crédulo e a desenvolver o senso crítico e a insubmissão. Será também obrigado a desenvolver  estudos em área de interesse próprio (não conheço a vida particular de Xavier para dizer qual área), para que crie o gosto pelo ato de estudar, analisar e pesquisar. Um grande desafio que lhe será benéfico para que não seja mais enganado.

Veredicto? Xavier era um homem bonzinho, como qualquer um consegue ser. E nada além disso.

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