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quarta-feira, 20 de março de 2013

Paradigmas “Espíritas”

Por Riviane Damásio - Blog dos Espíritas

As religiões buscam no cerne das suas melhores intenções, transformar o Mal em Bem, as más tendências em virtudes, e para isto, desprovidas de pedagogias adequadas, muitas vezes tentam conduzir a transformação dos valores, por meio de prática de rituais de lógica duvidosa e de conceitos irrefletidos injetados de forma paulatina em seus adeptos.

O religioso então, longe de transformar-se “em”, é moldado sob o barro do estereótipo e não raras vezes a mudança promovida não consegue transigir além da superfície rasa e o que vemos são atitudes destoantes das pregações (e intenções).

O Espiritismo, que no sonho concretizado de Kardec e da espiritualidade superior, veio desatar os nós da superficialidade da fé e alçar voos de reais transformações humanas, muitas vezes encontra em seus membros, atavismos tais, que fazem com que não percebam o espectro de liberdade e de evolução que a não religiosidade proporciona, transcendendo esta liberdade pela fé sem correntes, que voa acima de uma mera liturgia.

A grande maioria dos Centros Espíritas - na contramão de um modelo ideal de sociedade espírita aos moldes das fundadas por espíritas desbravadores da doutrina - proporcionam a quem a eles recorrem, o sentimento de familiaridade e deja vu com as instituições religiosas. A se começar com a disposição física dos presentes, a passividade de se porem como ouvintes de pregações, os estudos estereotipados e engessados de autores que pouco acrescentam no desenvolvimento da capacidade analítica do indivíduo, o palavreado fútil, os rituais, a venda de esperança que transforma a fé em produto de barganha, a aceitação cega no fenômeno, a falta de cientificidade...

E assim vão crescendo os paradigmas espíritas, fazendo com que ícones sejam eleitos dentro do movimento como se canonizam santos nas igrejas. Os estudos domésticos dão lugar aos evangelhos estereotipados, a água da sabedoria cede à água fluidificada e o os passos na busca de um caminho de conhecimento e de mudanças se rendem aos “passes” miraculosos que não transformam e mascaram as dores.

O Espiritismo não nasceu passivo, não é nem pode se transformar numa doutrina passiva, e não é através da subserviência que pretende transformar os valores humanos, e sim através do incentivo a atitudes coerentes, à dúvidas, à busca de certezas, ao estudo e ao anseio por respostas e principalmente por ações que não engatinham pelo assistencialismo oco e vicioso, antes colaboram para a transformação e ajuda verdadeira ao outro, através do ensino e da coerência de atitudes.

Que cada espírita se permita nunca deixar de duvidar antes de aceitar, de estudar antes de divulgar e principalmente que à exemplo dos que a cada dia vencem seus leões interiores consigam quebrar aos poucos seus paradigmas e possam finalmente desfrutar e colaborar com a transformação do mundo e de si mesmo que é razão maior da Doutrina.

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